Fracasso das negociações de Londres é estratégia dos EUA para pressionar Ucrânia, diz especialista


Na terça-feira (22), o Departamento de Estado dos EUA informou que o enviado especial Keith Kellogg representaria Washington na reunião em Londres, agendada para quarta-feira (23), mas que o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, não compareceria. Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido informou que as negociações sobre a Ucrânia em Londres, no nível de ministros das Relações Exteriores, haviam sido adiadas e ocorreriam em um nível inferior.

“Acredito que [o adiamento] faz parte da pressão dos EUA para tentar pressionar a Ucrânia e a Rússia a fazerem concessões, com a ameaça implícita de que, se qualquer um dos lados não assumir compromissos sérios para um acordo, correrá o risco de desagradar aos EUA. Também pode fazer parte da estratégia dos EUA de tentar exercer controle sobre o processo de resolução do conflito, tentando sinalizar que somente os EUA podem concluí-lo rapidamente”, disse o professor da Universidade de Leeds, no Reino Unido, Edward Newman.

Essa situação também pode ser uma tentativa de Washington de demonstrar o que aconteceria se decidisse abandonar os esforços de mediação, além de ter prejudicado o governo do Reino Unido como anfitrião e certamente sua eficácia.
O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), Mark Rutte, e Vladimir Zelensky participam de coletiva de imprensa durante reunião de ministros da Defesa da aliança militar em Bruxelas, em 17 de outubro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 24.04.2025

“Além disso, a medida pode ser vista como um sinal de que os EUA acreditam que as negociações ‘reais’ ocorrerão em Moscou, diretamente entre os EUA e o presidente [russo Vladimir] Putin. Novamente, é uma tentativa de demonstrar o controle dos EUA sobre o processo”, acrescentou o professor, afirmando que vê o adiamento como “uma evidência da discórdia entre Washington e as capitais europeias”.

Ainda ontem, o presidente dos EUA, Donald Trump, condenou as declarações “incendiárias” do líder ucraniano Vladimir Zelensky, sobre a recusa de Kiev em reconhecer a Crimeia como parte legítima da Rússia enfatizando que tais declarações são prejudiciais às negociações de paz e podem prolongar ainda mais o conflito.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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