Fóssil de anfíbio mais antigo que dinossauros no Brasil sugere conexão entre faunas gaúcha e russa


A nova espécie recebeu o nome de Kwatisuchus rosai — ‘Kwati’ em referência ao termo tupi para “focinho comprido” e ‘rosai’ em homenagem ao paleontólogo Átila Stock da Rosa, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), pioneiro na área.
O fóssil do crânio dessa espécie de anfíbio gigante pode colocar em xeque a teoria da Pangeia, sobre os continentes serem um só bloco, de acordo com os paleontólogos envolvidos na pesquisa. A publicação diz que os cientistas ficaram surpresos com o fato de os parentes mais próximos de Kwatisuchus serem todos encontrados na Rússia. Essa semelhança mostra que as faunas brasileira e russa tinham uma intrigante conexão em um passado distante.
© Foto / Felipe Pinheiro / Divulgação UnipampaCrânio do anfíbio gigante Kwatisuchus rosai

Crânio do anfíbio gigante Kwatisuchus rosai - Sputnik Brasil, 1920, 23.01.2024

Crânio do anfíbio gigante Kwatisuchus rosai

“Naquele momento, os continentes estavam unidos em um supercontinente chamado Pangeia e a distância entre o Brasil e a Rússia era menor. Ainda assim, existiam barreiras. É incrível encontrar esse e outros animais que provavelmente conseguiram ultrapassar esses obstáculos” disse a ecóloga e paleontóloga Arielli Fabrício Machado, pesquisadora do projeto da Unipampa, feito em parceria com a universidade norte-americana de Harvard. “Suas similaridades com espécies russas instigam novos estudos para entender como essas conexões se deram.”

A ossatura foi identificada em agosto de 2022, mas só recentemente, após limpeza, avaliação documental e coleta de dados e registros, os pesquisadores puderam concluir que o animal viveu há aproximadamente 250 milhões de anos.
Os estudiosos ressaltaram que no início do período Triássico, antes mesmo dos primeiros dinossauros, os anfíbios eram os animais dominantes nos ecossistemas.
Fóssil de dinossauro - Sputnik Brasil, 1920, 18.08.2023

O estudo acaba de ser publicado na revista científica especializada The Anatomical Record. Além dos cientistas do Brasil, o trabalho contou com a participação de Tiago Simões, da Universidade de Princeton, e da paleontóloga Stephanie Pierce, da Universidade de Harvard.

Fonte: sputniknewsbrasil

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