Fósseis revelam que diferentes ancestrais humanos viveram juntos há quase 3 milhões de anos (FOTOS)


Dentes fossilizados encontrados na região de Afar, no nordeste da Etiópia, revelam que duas espécies de hominídeos — Homo sapiens e Australopithecus — coexistiram entre 2,6 e 2,8 milhões de anos atrás. A descoberta, publicada na revista Nature, desafia a ideia de que a espécie Homo surgiu apenas após o Australopithecus, indicando uma convivência entre linhagens distintas.
Os dentes atribuídos ao Australopithecus não correspondem às espécies conhecidas como afarensis ou garhi, levando os pesquisadores a considerar a existência de uma espécie ainda não identificada. Já os dentes do gênero Homo reforçam a presença de um ancestral humano primitivo na mesma região. Essa sobreposição rara no registro fóssil sugere que a evolução humana seguiu caminhos paralelos e não lineares.

© Foto / Universidade Estadual do Arizona/Kaye ReedA equipe paleontológica do Projeto de Pesquisa Ledi-Geraru procura fósseis na Bacia Lee Adoyta, na região de Afar.

A equipe paleontológica do Projeto de Pesquisa Ledi-Geraru procura fósseis na Bacia Lee Adoyta, na região de Afar - Sputnik Brasil

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A equipe paleontológica do Projeto de Pesquisa Ledi-Geraru procura fósseis na Bacia Lee Adoyta, na região de Afar.

© Foto / Universidade de Nevada, Las Vegas/Brian VillmoareOs dentes marcados com LD 750 e LD 760 representam uma espécie desconhecida de Australopithecus, enquanto LD 302-23 e AS 100 vieram de uma espécie primitiva de Homo.

Os dentes marcados com LD 750 e LD 760 representam uma espécie desconhecida de Australopithecus, enquanto LD 302-23 e AS 100 vieram de uma espécie primitiva de Homo - Sputnik Brasil

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Os dentes marcados com LD 750 e LD 760 representam uma espécie desconhecida de Australopithecus, enquanto LD 302-23 e AS 100 vieram de uma espécie primitiva de Homo.
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A equipe paleontológica do Projeto de Pesquisa Ledi-Geraru procura fósseis na Bacia Lee Adoyta, na região de Afar.
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Os dentes marcados com LD 750 e LD 760 representam uma espécie desconhecida de Australopithecus, enquanto LD 302-23 e AS 100 vieram de uma espécie primitiva de Homo.
Afar é uma área estratégica para estudos paleoantropológicos por ser uma região de rifteamento ativo, onde placas tectônicas se afastam e revelam camadas profundas de sedimentos. A atividade vulcânica local permite a datação precisa dos fósseis, como os dentes do Australopithecus, estimados em 2,63 milhões de anos, e os do Homo, entre 2,59 e 2,78 milhões de anos.
Apesar da relevância da descoberta, os cientistas evitam atribuir os dentes a espécies específicas sem mais evidências. Segundo Brian Villmoare, autor principal do estudo, é necessário encontrar outros fósseis para compreender melhor as diferenças entre os gêneros e como eles interagiram. As características dentárias observadas não se encaixam nas espécies conhecidas.
Porta dos Leões, Hattusa, Turquia - Sputnik Brasil, 1920, 25.07.2025

A busca por fósseis na região é complexa, já que os dentes se confundem com pequenas pedras na paisagem. A equipe conta com o apoio de moradores locais, experientes em identificar vestígios. Segundo a CNN, a descoberta reforça a ideia de que a evolução humana é ramificada, com espécies que se extinguiram e outras que se adaptaram melhor ao ambiente.
O estudo também ajuda a preencher lacunas sobre o período entre 3 e 2 milhões de anos atrás, considerado enigmático na história evolutiva. Segundo a paleoantropóloga Stephanie Melillo, a escassez de sedimentos depositados na região dificulta a preservação de fósseis, tornando cada achado especialmente valioso para a compreensão dos ancestrais humanos.
Além disso, o ambiente da época era marcado por estações secas e chuvas breves, com rios temporários e vegetação limitada. A presença de uma espécie de girafa que se alimentava de grama — comportamento incomum — sugere estresse ambiental. A equipe investiga se o Homo Sapiens e Australopithecus competiam por recursos e qual deles fabricou as ferramentas de pedra encontradas no local.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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