Fórmula 1 de 1957 teve desastres na Ferrari e título de Fangio na Maserati


A grande treta do campeonato de Fórmula 1 de 1957 envolveu o argentino Juan Manuel Fangio, que já havia sido campeão em 1956 guiando uma Ferrari, e que decidiu partir para a arquirrival italiana Maserati. O motivo? Fangio ficou muito desgostoso com a performance dos carros do comendador Enzo Ferrari durante a temporada de 1956, quando quase perdeu o título da temporada por sucessivas quebras dos DS50.

Buscando por novos ares e visando continuar a sequência de títulos (já haviam sido quatro), partiu para a Maserati antes mesmo do início do campeonato de 1957 e foi recebido de braços abertos pelo novo time. Fangio pilotando os Maserati 250F deu tão certo que, logo de cara, nas três primeiras provas do calendário daquele ano, a vitória já foi do argentino. Realmente, Fangio fazia toda a diferença para uma equipe na época.

Claro que a Maserati, quando comparada à Ferrari, também tinha seu supercarro. Faltava mesmo um piloto para guiá-lo, e a chegada do Fangio foi a cereja do bolo. Das oito provas do campeonato, ele venceu quatro, deixando outras três para o piloto inglês Stirling Moss, que estreava em uma nova equipe inglesa chamada Van Wall. O inglês também fez bonito: ficou em segundo lugar na contagem final de pontos, um pouco atrás de Fangio, provando que os carros da Van Wall não eram ruins.

O Maserati 250F era basicamente o mesmo desde 1954, mas com aprimoramentos. Com motor longitudinal dianteiro, um 2.5 de aspiração natural e seis cilindros em linha, que já contava com injeção mecânica de combustível, entregava algo na casa dos 280 cv de potência. O câmbio era manual de cinco marchas. O 250F vinha de um projeto bem-sucedido, tanto que, para Stirling Moss, foi o melhor carro de Fórmula 1 com motor dianteiro que ele havia pilotado.

Para 1957, havia uma variação V12 do 250F, identificada pela sigla T2: com a mesma cilindrada, eles tinham carroceria mais leve e rígida, com chassi tubular reforçado se comparado aos de seis cilindros, e 315 cv de potência. Nas pistas, dado o maior consumo do V12 e sem toda a confiabilidade do seis em linha, as duas variantes se equivaliam.

Enquanto Fangio e Maserati se uniam em um casamento de sucesso, a Ferrari amargava histórias tristes. Além de ter perdido o campeão Fangio para a Maserati, a equipe do comendador Enzo Ferrari lidava com a morte inesperada de dois importantes pilotos do seu time: Eugenio Castellotti capotou um carro de testes em Modena em março e, pela falta de cinto de segurança, acabou sendo arremessado por mais de 90 metros.

Dois meses depois, em maio, o espanhol Alfonso de Portago acabou perdendo a vida em outro acidente, agora nas Mil Milhas de 1957, também a bordo de uma Ferrari.

Foi um ano catastrófico para a equipe do cavalo rampante, que levou seu nome, até então campeão mundial de 1956, para um frio terceiro lugar na contagem de ponto dos pilotos (garantido por Luigi Musso). Fangio, talvez, estivesse certo em trocar de equipe para 1957.

O calendário do ano também era bastante diferente dos anteriores: na ordem, tínhamos as etapas do GP da Argentina, Mônaco, Indy 500 (nos EUA), França, Inglaterra, Alemanha, Pescara e Itália. Na verdade, essas duas últimas provas eram disputadas em território italiano, em um improviso para preencher a lacuna deixada pela ausência dos GPs da Bélgica, Holanda e Espanha (não participaram por conta da Crise de Suez).

Curioso lembrar também que a Federação Internacional do Automobilismo (FIA) insistia em manter no calendário as 500 Milhas de Indianápolis como parte oficial, contando pontos para o mundial, mesmo que a Indy 500 tivesse outro regulamento e carros completamente diferentes. Somado isso ao fato de todo o trabalho e altos custos de deslocamento de uma equipe europeia aos EUA, a Indy continuava sendo disputada única e exclusivamente por equipes e carros norte-americanos.

Na próxima semana, não perca a história do campeonato de 1958!

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Fonte: direitonews

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