Ford Territory 2024: 5 razões para comprar e 5 motivos para fugir do SUV


Lançado no início da pandemia, sem muita identificação com a marca e com preços não muito competitivos, o Ford Territory de primeira geração passou longe de ser um sucesso. Foram menos de 6 mil unidades emplacadas em três anos. Agora, com uma versão completamente atualizada, a marca planeja uma nova história para seu SUV médio.

Autoesporte avaliou o modelo e traz cinco razões para comprar o Territory e cinco motivos para fugir do SUV médio que custa R$ 209.990.

Se antes faltava competitividade ao Territory, a Ford resolveu a questão com um posicionamento de preços agressivo. A nova geração chegou mais barata do que a anterior. Por R$ 209.990, o SUV custa menos que Jeep Compass Limited (R$ 215.890), Volkswagen Taos Highline (R$ 212.480) e Toyota Corolla Cross XRX (R$ 210.990), embora tenha porte mais avantajado.

Em relação a outros rivais chineses, é mais caro que o Caoa Chery Tiggo 8 Max Drive (R$ 189.990), mas supera GWM Haval H6 HEV (R$ 214 mil) e BYD Song Plus (R$ 229.800). O problema é que os dois últimos são híbridos e o Ford tem apenas um motor a combustão. Mas isso é assunto para daqui a pouco.

Por ser quase um SUV grande, o Territory oferece excelente espaço interno, ainda que tenha como desvantagem oferecer apenas cinco lugares. Por outro lado, isso não compromete o espaço no porta-malas.

O entre-eixos de 2,72 metros é suficiente para fazer com que todos os ocupantes do banco traseiro acomodem as pernas sem apertos, ainda que o motorista tenha mais de 1,80 m. A largura de 1,94 m também permite folga nos ombros, mesmo com cinco pessoas a bordo.

Oferecido em versão única, Titanium, o Territory é extremamente bem equipado para a faixa de preços. Tem quadro de instrumentos digital de 12,3 polegadas, central multimídia de mesmo tamanho, bancos dianteiros com ajustes elétricos e ventilação, teto solar panorâmico, ar-condicionado digital de duas zonas, frenagem automática de emergência, alerta de saída de faixa com correção no volante, faróis de LED com acendimento automático, sensor de chuva, acesso por chave presencial, partida por botão e rodas de 19 polegadas.

Talvez esse seja o maior ponto de evolução da segunda geração do Territory em relação ao modelo anterior. Ainda que o desenvolvimento seja compartilhado com a Jiangling, o visual agora segue a mais recente linguagem de design da Ford. O estilo composto por grade hexagonal larga adornada por faróis divididos em duas peças afiladas também pode ser visto no Edge (outro SUV desenvolvido para o mercado chinês).

Na Argentina, o Territory é vendido com motor 1.8 turbo de 190 cv mais moderno do que o nosso, mas por questões de legislação, não foi possível trazer o propulsor. Assim, a Ford decidiu manter o motor 1.5 turbo na nova geração vendida no Brasil.

Mas houve mudanças. Em vez de 150 cv e funcionamento no ciclo Miller, que atrasa o tempo de abertura das válvulas e, em tese, deixa o motor mais econômico, o motor atual roda no ciclo Otto (o mais usado na indústria), tem 169 cv e injeção direta de combustível.

Para além das especificações técnicas, o funcionamento do motor é muito suave. O torque máximo de 25,5 kgfm é entregue a apenas 1.500 rotações por minuto. Além disso, o isolamento acústico é excelente.

Sim, o novo Territory é mais econômico do que o antigo. Mas isso ainda não faz dele uma referência em um segmento tão competitivo. Mesmo com motor turbo, o SUV da Ford é mais beberrão do que o Toyota Corolla Cross com motor 2.0 aspirado e perde para todos os rivais diretos equipados com motorização turbo. Por não ser flex, consideramos o consumo com gasolina. Confira na tabela:

Em muitos casos, um consumo de combustível não tão baixo é justificado por um bom desempenho. Mas esse também não é o caso do Ford Territory. O SUV até está mais potente, com 19 cv adicionais. Mas o elevado peso (são mais de 1.700 kg), a carroceria avantajada e o câmbio de dupla embreagem não contribuem para isso.

Segundo a Ford, o Territory leva 10,3 s para ir de 0 a 100 km/h. A marca é um segundo inteiro pior do que o Jeep Compass e 0,9 s acima do Volkswagen Taos. A Toyota não divulga dados de desempenho.

É preciso ponderar que, na maior parte das vezes, quem compra um SUV médio não tem pretensões esportivas. Porém, ter um desempenho melhor também significa mais tranquilidade ao fazer uma ultrapassagem, por exemplo.

Parte do comportamento demasiadamente “pacato” do Territory pode entrar na conta do câmbio. Quando o motorista afunda o pé no acelerador, há certa hesitação e as reduções são lentas.

O SUV é o primeiro carro da Ford a usar uma caixa automatizada de dupla embreagem depois do problemático câmbio PowerShift. A marca garante que trata-se de uma outra transmissão.

Ainda que o visual externo seja de um Ford “legítimo”, o interior não segue o mesmo padrão. A marca até se esforçou ao usar a mesma fonte dos demais modelos no quadro de instrumentos.

Mas todo o restante da cabine é bem distinto de um Bronco ou uma Ranger, por exemplo. O desenho horizontal e a grande prancha que acomoda quadro de instrumentos e central multimídia são, na verdade, mais parecidos com os de um Caoa Chery Tiggo 8, por exemplo. Não que isso seja algo negativo, mas falta identificação com outros Ford. Aliás, justiça seja feita, o acabamento é de boa qualidade.

Sim, o Territory é repleto de assistentes à condução. Ele pode seguir o veículo da frente a partir de uma distância pré-estabelecida, frear sozinho em situações de emergência e avisar o motorista quando há um desvio da faixa.

Mas o funcionamento do sistema de permanência na faixa não é tão bom como o da geração anterior. E também fica aquém na comparação com os rivais Jeep Compass e GWM Haval H6. Em mais de uma situação durante nosso teste, o Territory não foi capaz de manter a trajetória correta em curvas suaves.

E mesmo com a opção mais permissiva do alerta de colisão frontal, os avisos sonoros são constantes, mesmo quando o obstáculo está relativamente longe do SUV.

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Fonte: direitonews

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