Forças externas podem ter provocado tentativa de golpe na Bolívia, diz ministro da Defesa boliviano


O general Juan José Zúñiga, que liderou a tentativa de golpe de Estado no país vizinho, foi detido. Antes de mobilizar de forma ilegal as tropas bolivianas, Zúñiga chegou a ser destituído do cargo de chefe das Forças Armadas e prometeu “recuperar a pátria” antes da invasão do palácio do governo.
No início da tarde de ontem, tropas comandadas pelo general ocuparam a Praça Murillo, onde ficam os prédios do governo boliviano, e chegaram a invadir o palácio presidencial. A tentativa de golpe foi denunciada pelo presidente Luis Arce, que pediu apoio da comunidade internacional e que a população fosse às ruas para proteger a democracia.
O presidente boliviano Luis Arce, que estava no palácio naquele momento, fez um pronunciamento à nação, descrevendo os eventos como uma tentativa de golpe, e criou um novo comando militar, ordenando que os militares deixassem a praça. Os soldados obedeceram à ordem, e Zúñiga foi posteriormente preso no mesmo dia.

“Não excluímos que tudo isso tenha sido incentivado, ditado por interesses externos. Não excluímos isso. Em relação ao nosso país, sempre houve interesse em controlar o poder político para saquear os recursos naturais”, disse o ministro.

As autoridades estão analisando as declarações e ações anteriores do general Zúñiga e não descartam que essas ações tenham sido incentivadas externamente, acrescentou Novillo. O ministro destacou que o general Zúñiga queria se tornar o presidente ilegítimo do país.

“O interesse do general Juan José Zúñiga era assumir o governo pela força, uma ação que demonstra que ele queria se tornar um presidente ilegítimo. Infelizmente, ele foi apoiado por alguns líderes militares”, enfatizou o ministro.

Arce informou nesta noite, durante coletiva de imprensa, que se comunicou com o ex-presidente Evo Morales (2006-2019) quando houve a tentativa golpe de Estado:
“Podemos ter divergências com Evo Morales, mas acreditamos que o instrumento político pertence às organizações sociais e não pertence a nenhuma pessoa em particular”, disse ele.
Luis Arce, presidente da Bolívia, se encontra com Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, na 63ª Cúpula do Mercosul, no Rio de Janeiro, em 7 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 27.06.2024

O presidente também afirmou que a Unidade de Inteligência Militar escondeu informações sobre os preparativos e execução da tentativa de golpe de Estado no dia anterior, porque ali estava no comando um homem de confiança do general Zúñiga:

“Na área da Inteligência Militar, que deveria reportar qualquer movimentação irregular de tropas, havia simplesmente alguém de muita confiança do general Zúñiga. Na verdade, a Inteligência Militar trabalhava para o comandante do Exército e nunca repassava informações ao Ministério da Defesa, muito menos ao presidente do Estado”, relatou.

Em entrevista mais cedo a uma rádio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cogitou que a tentativa de golpe na Bolívia pode ter relação com interesses externos nas reservas de lítio boliviano.

“A Bolívia é um país que tem muitos interesses internacionais, porque é a maior reserva de lítio do mundo. E tem outros minerais de muita importância, além de ter gás. É preciso que a gente tenha em mente que tem interesse em dar golpe”, afirmou ele em entrevista à Rádio Itatiaia divulgada pelo Planalto.

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Fonte: sputniknewsbrasil

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