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A psicóloga Aline Alves de Lima, de 35 anos, divulgou um vídeo no YouTube na noite desta segunda-feira (7), pedindo desculpas à família do empresário Roberto Justus. O pronunciamento ocorre um dia após a família de Justus ter anunciado que considera processar a autora do comentário “Tem que mtr mesmo! PQP!!!!!!”, feito em uma publicação nas redes sociais.
No vídeo, Aline Alves de Lima explicou que sua intenção com o comentário era expressar um “protesto contra a diferença de classes”, mas reconheceu que a frase foi “infeliz” por não ter sido acompanhada de seu “contexto”. Ela afirmou que “protestar ainda é um ato de liberdade” que “não pode ser considerado crime”, e defendeu o fim do que chamou de “abismo classista e histórico” no Brasil.
“Boa noite a todos, meu nome é Aline Alves de Lima, tenho trinta e cinco anos e sou psicóloga. Eu venho através desse vídeo me pronunciar e esclarecer sobre o comentário que eu fiz na postagem do colega, também psicólogo, Guilherme, onde ele publicou uma foto da família Justus e trouxe a abordagem dos bolcheviques”, iniciou a psicóloga. “É, os bolcheviques foram um movimento de classes na Rússia, em 1917 contra a desigualdade social, então classe trabalhadora e classe opressora. A frase do colega foi: ‘os bolcheviques estavam certos’. E o meu comentário foi em cima da afirmação dele acerca da diferença de classes.”
Aline reconheceu a falha na comunicação: “Eu reconheço, gente, que foi um comentário infeliz, porque eu não expliquei o contexto ao qual eu me referia e que eu usei a sigla de uma forma metafórica. Eu trabalho, gente, com saúde mental, né, então eu tenho responsabilidade afetiva e eu jamais atacaria uma criança ou quem quer que seja. Meu intuito ali era falar contra a desigualdade social, o classismo, a desigualdade de classes. E nisso que reside o meu erro, de eu não ter explicado.”
Ela também pontuou a importância de clareza: “Inclusive, é, eu sempre digo para os meus pacientes que o óbvio precisa ser dito, mas ali, naquele caso, eu mesma não fiz. Então, por isso mesmo, eu quero pedir desculpas a todos os membros da família Justus.”
A psicóloga reiterou que o comentário não visava a família Justus pessoalmente: “Não foi um ataque ou uma ameaça a uma criança, muito menos a nenhum membro da família. Foi um protesto, um protesto contra a diferença de classes. Não foi um protesto pessoal sobre a família Justus, foi um protesto coletivo contra a aristocracia brasileira, principalmente nesse momento, onde nós estamos debatendo a taxação das grandes fortunas.”
Aline Alves de Lima mencionou o debate sobre a taxação de grandes fortunas e expressou sua perspectiva sobre a desigualdade social no país: “É preciso acabar com esse abismo classista e histórico, onde eu, por exemplo, que sou uma mulher negra de trinta e cinco anos, e sim, eu sou formada, eu atuo na minha área, vocês podem dizer que eu até tenho alguns privilégios, mas ainda assim, gente, praticamente eu vendo o almoço pra comer a janta, assim como muitos outros brasileiros. Ao passo que uma criança de cinco anos, né, usa uma bolsa de quatorze mil reais.”
Ela concluiu essa parte de sua explanação: “Então alguns de vocês podem até falar ou podem até pensar, mas não é inveja, não é vitimismo, não é loucura, é a realidade em que nós vivemos e que protestar ainda é um ato de liberdade, não é considerado crime.”
A psicóloga relatou estar sofrendo um “verdadeiro linchamento virtual” desde sábado à tarde, com “diversas ameaças, incluindo ameaças de morte e estupro”. “E mesmo assim, sem eu ter ofendido ninguém ou sem eu ter ameaçado ninguém, perfis extremistas usaram o meu comentário pra disseminar o ódio, de modo que eu tô recebendo virtualmente, né, tô sofrendo diversas ameaças, incluindo ameaças de morte e estupro. Então eu tô passando por um verdadeiro linchamento virtual desde sábado à tarde. E eu temo, claro, pela minha própria vida”, declarou.
Aline Alves de Lima afirmou ter tido seus dados expostos na internet e que deixaria provas das ameaças em seu post. Ela finalizou o vídeo reiterando o pedido de desculpas: “Novamente, eu reitero que o meu ato de indignação e desespero – porque foi desespero, refleti muito, foi desespero – jamais deve ser um dos caminhos seguidos, gente, jamais. Então, sendo assim, mais uma vez eu peço perdão à família Justus pelas minhas palavras. Muito obrigada a todos.””
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Fonte: gazetabrasil