A exemplo das seis últimas semanas, o boletim Focus – consulta do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras do país – projetou redução do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), agora de 5,06% para 4,98%, que se aproxima, ainda que gradualmente, do teto da meta de inflação para este ano, de 4,75%, além de ‘jogar mais pressão’ sobre o BC, para um corte ‘mais breve’ da Selic (taxa básica de juros), hoje no patamar elevado de 13,75% ao ano. Há um mês, a estimativa do IPCA era de 5,69%.
Pelo critério de ‘preços administrados’, também houve queda da previsão do indicador oficial de inflação, pela nona vez seguida, de 9,03% para 8,97%. Para 2024, revertendo a tendência de queda anterior, o mercado financeiro ampliou, de 4,44% para 4,46% a projeção inflacionária, reduziu, de 3,8% para 3,6%, a de 2025 e de 3,72% para 3,5%, a de 2026.
Diferentemente da redução mais ‘célere’ da expectativa inflacionária para 2023, a ‘aposta’ do Focus em relação ao desempenho da economia é ‘mais lenta’, pois esta subiu apenas de 2,18% para 2,19% pois o (PIB), embora o Produto Interno Bruto (PIB) consolide um avanço pela oitava semana consecutiva. Há quatro semanas, a previsão não passava de 1,68%. Para o próximo ano, a projeção do PIB aumentou de 1,22% para 1,28%, mas recuou de 1,83% para 1,81%, no caso de 2025, assim como declinou, de 1,92% para 1,90% para o ano seguinte.
Alvo de polêmica, sobretudo entre o Executivo e a autoridade monetária, a Selic teve seu prognóstico para este ano reduzido de 12,25% ao ano para 12% ao ano, ante uma previsão de 12,50% ao ano, quatro semanas atrás. Enquanto foi mantido em 9,5% ao ano e 9% ao ano, o prognóstico para a taxa básica para nos anos de 2024 e 2025, respectivamente, para 2026, esta caiu de 8,75% ao ano para 8,63% ao ano
No plano cambial, permaneceu em R$ 5,00 a estimativa da cotação do dólar, ao final deste ano, ao passo que esta diminuiu de R$ 5,10 para R$ 5,08, para o ano que vem. Para 2025, a previsão cresceu de R$ 5,25 para R$ 5,17, mas baixou de R$ 5,25 para R$ 5,20, para 2026.
No que toca à projeção do resultado primário para 2023, o Focus acentuou o déficit anterior, de -1,01% do PIB para -1,02% do PIB, ao mesmo tempo em que manteve em -0,80% do PIB a estimativa para 2024. Para 2025, por seu turno, houve elevação, de -0,45% do PIB para -0,50% do PIB, o mesmo ocorrendo em relação a 2026, que passou de -0,24% do PIB para -0,28% do PIB.
Com relação à dívida pública, a estimativa para este ano cresceu de 60,47% do PIB para 60,60% do PIB, enquanto a do ano que vem aumentou de 63,90% do PIB para 64,0% do PIB. Também aumentou ligeiramente, de 65,50% do PIB para 65,85% do PIB, a expectativa para 2025, e de 67,15% do PIB para 67,45% do PIB para o ano seguinte.
No tópico das contas externas, o mercado financeiro ampliou de modo significativo a previsão para a balança comercial brasileira, cujo superávit cresceu de US$ 62 bilhões para US$ 63,76 bilhões, enquanto para 2024, este subiu de US$ 55,61 bilhões para US$ 55,65 bilhões. Para 2025, o saldo positivo saltou de US$ 55 bilhões para US$ 57,30 bilhões, mas foi mantido em US$ 55 bilhões, para 2026.
Fonte: capitalist