Depois de se manter estável por duas semanas e subir de 4,84% para 4,9%, na semana passada, a estimativa do Boletim Focus – consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras do país – para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, indicador oficial de inflação), para este ano voltou a se estabilizar nos mesmos 4,9% anteriores. Já a projeção para 2024 cresceu ligeiramente, de 3,86% para 3,87%, ao passo que às de 2025 e 2026 continuaram em 3,5%.
Na semana passada, como reflexo do reajuste recente dos combustíveis pela Petrobras, a previsão do IPCA para 2023 havia avançado de forma discreta, o que pressupõe, agora, certa ‘acomodação’ da taxa, que já teria ‘assimilado’ o aumento do item central inflacionário. Ao contrário desta semana, a expectativa do mercado para o próximo ano havia permanecido em 3,86%, mas foi mantida para os dois anos subsequentes.
No que toca aos preços administrados, os prognósticos para o IPCA deste ano cresceram pouco, passando de 9,93% para 9,97%, um avanço significativo, ante os 8,90% projetados há um mês. Para 2024, contudo, a expectativa do mercado foi reduzida de 4,30% para 4,27%, ao passo que a de 2025 ‘encolheu’ de 3,80% para 3,78%, e a de 2026 continuou em 3,50%.
De modo distinto da inflação, a mediana das projeções do Focus mostrou avanço do PIB para 2023, de 2,29% para 2,31%, mas estacionou em 1,33% para o ano seguinte, o mesmo ocorrendo em relação a 2025, mantida em 1,90%, e para 2026, inalterada em 2%.
A exemplo da semana anterior, não houve mudanças nas previsões para a taxa básica de Juros (Selic), que continuou em 11,75% ao ano para o final deste ano; em 9% ao ano, em 2024, em 8,5% ao ano, tanto para 2025, quanto para 2026.
Tendência diversa apresentou o câmbio, em que a estimativa para o dólar voltou a aumentar, pela terceira semana seguida, desta vez de R$ 4,95 para R$ 4,98, mas se manteve em R$ 5 para 2024; foi de R$ 5,09 a R$ 5,10 para 2025, mas estabilizou em R$ 5,15 para 2026.
No que toca às contas públicas, foi mantido, para este ano, em -1% do PIB do déficit do resultado primário, o mesmo valendo para 2024, que continuou em -0,75% o PIB; o de 2025 permaneceu em -0,60% do PIB, enquanto o de 2026 avançou de -0,35% do PIB para -0,40% do PIB.
A ‘aposta’ do mercado em relação à dívida pública subiu de 60,40 do PIB para 60,60% do PIB em 2023; teve elevação de 63,90% do PIB para 63,95% do PIB para 2024, como também para 2025, de 65,80% do PIB para 66,0% do PIB, e para 2026, de 67,90% do PIB para 68,0% do PIB.
No setor externo, caiu de US$ 71,70 bilhões para US$ 70,90 bilhões a projeção de superávit da balança comercial, enquanto esta foi mantida em US$ 60 bilhões para 2024; subiu de US$ 58,65 bilhões para US$ 59,30 bilhões para 2025, mas continuou em US$ 57 bilhões para 2026.
Fonte: capitalist