“Penso que o quadro geral é certamente aquele em que a economia russa tem tido um desempenho melhor em termos de crescimento do que o que previmos. Isso é algo que vimos repetidamente em 2023”, disse Gourinchas aos repórteres.
O FMI reviu em alta a sua previsão de crescimento econômico para a Rússia em 2024 em 1,5 ponto percentual, para 2,6%, de acordo com a última atualização do relatório do FMI.
“O crescimento na Rússia está projetado em 2,6% em 2024 e 1,1% em 2025, com uma revisão para cima de 1,5% em relação aos números de outubro de 2023 para 2024, refletindo a transição de um crescimento mais forte do que o esperado em 2023 devido ao alto nível de gastos militares e consumo privado, apoiados pelo crescimento salarial em um mercado de trabalho restrito”, afirmou o FMI em sua atualização.
A agência financeira também disse que um declínio esperado nos preços globais do petróleo pode não ter necessariamente impacto na economia russa, porque as receitas energéticas do país já estavam limitadas pelo teto do preço do petróleo imposto pelo G7 (grupo composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido).
“É claro que a situação no caso da Rússia é um pouco mais complicada, como bem sabem, porque também existe um limite máximo para o preço do petróleo estabelecido pelo G7, e por isso, mesmo que os preços globais do petróleo diminuíssem, então isso não teria necessariamente um impacto direto nas receitas petrolíferas russas, dependendo da aplicação e implementação da disparidade no preço do petróleo”, disse Gourinchas aos jornalistas.
No entanto, o economista-chefe destacou que um declínio nos preços globais do petróleo pesaria “mecanicamente” nas receitas de exportação da Rússia, dado que o país é um grande exportador do combustível fóssil.
O FMI afirmou ainda, no relatório desta terça-feira (30), que os preços médios anuais do petróleo devem cair cerca de 2,3% em 2024.
Em dezembro de 2022, o G7, a União Europeia (UE) e a Austrália introduziram um limite de preço para o petróleo russo de US$ 60 (R$ 298,28) por barril. No final de 2023, o G7 reforçou o controle sobre o cumprimento do limite de preços e impôs uma série de sanções contra empresas e petroleiros individuais que transportam petróleo russo, alegadamente em violação das restrições.
Fonte: sputniknewsbrasil