Depois de Toyota e Fiat, a Volkswagen caminha para ser a próxima montadora a ter diferentes veículos híbridos produzidos no Brasil. A marca tem investido pesado no desenvolvimento de conjuntos eletrificados para aplicação nacional e já começa a realizar testes de rua com protótipos camuflados. O Nivus é uma das mulas usadas no projeto e teve unidade recentemente flagrada na região de Taubaté (SP), conforme revela publicação do perfil @placaverde no Instagram.
No flagra, o SUV cupê exibe modificações no desenho da dianteira, mas esconde as principais novidades debaixo do capô. É lá que estão sendo testados os componentes eletrônicos dos inéditos sistemas híbridos que equiparão diferentes carros nacionais da marca a partir de 2027.
O primeiro será do tipo leve (MHEV) e usará como base o conhecido motor 1.0 TSI flex. Já o segundo será pleno (HEV) e desenvolvido a partir do moderno propulsor 1.5 TSI Evo2. O último é justamente o caso do Nivus flagrado.
Considerado uma evolução do 1.4 TSI que já está presente no mercado brasileiro há mais de 10 anos, o propulsor recebeu diversos aprimoramentos para ter melhores índices de eficiência energética, consumo de combustível e emissões de poluentes. E pertence à família EA211, assim como o 1.6 MSI, o 1.0 TSI e o próprio 1.4 TSI fabricados em São Carlos (SP).
Conforme já explicado por Autoesporte, o motor 1.5 TSI Evo2 permitirá a adoção de todos os tipos de motorização híbrida nos Volkswagen nacionais. A fabricante chama a arquitetura dedicada a seus novos produtos eletrificados de MQB Hybrid.
Apesar dos detalhes ainda bem guardados, é possível que o motor 1.5 TSI seja oferecido na especificação de 130 cv, considerada a mais branda e eficiente. Aliada a um conjunto elétrico de alta tensão, são esperados mais de 180 cv de potência e 27 kgfm de torque combinados.
O conjunto pleno (HEV) será usado pelas novas gerações de T-Cross e Nivus, ambas já em desenvolvimento. Os modelos trocarão a atual plataforma MQB 27 (ou MQB A0) pela já citada arquitetura MQB Hybrid, que vem a ser uma evolução da matriz MQB 37 (ou MQB A1) usada por Golf e Taos. Esta base é considerada mais robusta e capaz de atender com maior nível de precisão aos parâmetros cada vez mais rigorosos de rigidez estrutural e segurança.
O T-Cross com sistema híbrido deverá chegar ao mercado em 2027. O SUV compacto deixará a fábrica de São José dos Pinhais (PR) e passará a ser produzido na unidade de São Bernardo do Campo (SP), que vem sendo preparada pela marca para produzir veículos com baterias de alta tensão. O Nivus de segunda geração, por sua vez, deve chegar ao mercado no final de 2028 ou no início de 2029, também sendo produzido no ABC paulista.
Além do conjunto pleno, no mesmo tipo do usado pela Toyota, a Volkswagen terá no Brasil um sistema híbrido leve (MHEV) semelhante ao adotado pela Fiat. A diferença é que haverá um esquema de 48V — e não apenas de 12V, como nos carros da Stellantis. A tecnologia MHEV não chega a tracionar as rodas, como nos HEV ou PHEV (plug-in), mas oferece assistência ao motor a combustão em condições específicas e ajuda a reduzir o consumo e as emissões.
O motor 1.5 TSI Evo2 será usado como base e, nessa aplicação do tipo leve, também na inédita picape monobloco derivada do projeto Udara. Outra possibilidade é que o sistema MHEV seja associado ao conhecido motor 1.0 TSI flex para aplicação em outros modelos, como o Tera ou o próprio Nivus da atual geração. Todas as novidades fazem parte do pacote de investimentos de R$ 20 bilhões que a Volkswagen aplicará no Brasil até 2028.
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Fonte: direitonews