O documentário “Bixas Pretas: entre o amor e afetos”, apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso de Cinema e Audiovisual de Diego Cavalcante, será atração desta terça-feira (8), a partir das 19h30, no Cine Teatro Cuiabá. Na sessão também serão exibidos três curtas do cineasta baiano Juan Rodrigues, da trilogia da Bixa Preta, que influenciaram o realizador de Mato Grosso.
A exibição integra o projeto Encontros com Cinema, realizado desde 2017 no Cine Teatro Cuiabá, sempre com sessões noturnas às terças-feiras. Em 2023 a programação do Encontros com Cinema tem intercalado exibições de longas distribuídos pela Vitrine Filmes e outras iniciativas independentes (com cobrança de ingressos a preços populares), com a realização de sessões com audiovisuais produzidos em Mato Grosso.
O documentário de Diego Cavalcante mescla encenações com relatos verídicos. Em cena estão quatro personagens/atores: Andreel Ferreira, Vinícius Brasilino, Ricardo Almeida e Erick Bueno. Eles intercalam relatos pessoais com histórias de seis homens negros e gays acerca de vivências e relacionamentos amorosos atravessados pelo racismo e pela homofobia.
Cavalcante pontua que a motivação para o desenvolvimento do documentário veio da necessidade em dialogar sobre como o preconceito atrapalha qualquer área da vida, inclusive a amorosa. “Esse documentário é importante em muitas camadas. Uma delas envolve trazer à tona relatos sobre como LGBTs negros no Brasil são impactados na vida amorosa, muitas vezes sendo preteridos ou rejeitados por pessoas brancas ou cisheteronormativas. Outro aspecto que considero significativo é que o projeto todo foi pensado por uma bixa preta, teve no centro da cena outras bixas pretas e também uma equipe bastante diversa” afirma.
A entrada é gratuita.
Sobre os curtas da “Trilogia da Bixa Preta”
Dirigida pelo cineasta baiano Juan Rodrigues, a “Trilogia da Bixa Preta” coloca em cena a construção da identidade LGBTQ, afrofuturismo, ancestralidade, afeto e insurgência. Masculino e feminino caem perante corpos negros que resistem na busca por liberdade e tempo. Borrando os limites do gênero, na tentativa de simplesmente ser. “Trilogia da bicha preta” é formada por uma série de híbridos entre documentário, videoarte e performance que exploram questões de ancestralidade, do corpo e espaço da bicha preta. A trilogia é composta pelos curtas “Arco da liberdade”, “Arco do medo” e “Arco do tempo”.
Fonte: ufmt