Um laudo elaborado pela defesa do empresário Roberto Mantovani alega que Alexandre Barci, filho do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, teria desferido um tapa na nuca de Mantovani antes da confusão que ocorreu no Aeroporto de Fiumicino, em Roma, no dia 14 de junho de 2023.
O laudo se refere às imagens que capturaram o incidente envolvendo Moraes, seu filho Alexandre Barci, e a família Mantovani no aeroporto italiano. Segundo o perito Ricardo Molina, que analisou as gravações na sede do STF na semana passada, a cena em que Barci supostamente agride Mantovani foi omitida das imagens inicialmente apresentadas.
“Assistindo ao vídeo diretamente, constatou-se que uma cena anterior às mostradas nas imagens 59-61 foi suprimida. Tal cena, de extrema importância, mostra uma agressão praticada por Alexandre Barci contra Roberto Mantovani, consistindo em um tapa na nuca. Houve, portanto, uma agressão anterior ao gesto de Roberto Mantovani, o qual, nas imagens de vídeo, levanta o braço em movimento instintivo de defesa, resvalando nos óculos de Alexandre Barci”, afirmou Molina no documento.
O laudo ainda aponta irregularidades na numeração das imagens analisadas pela Polícia Federal (PF). “É curioso observar que justamente neste ponto há uma falha na ordem numérica das imagens no relatório nº 004/23, tendo sido a numeração das imagens 59 e 60 duplicada”, destacou o perito, sugerindo que a supressão de frames poderia ter sido deliberada para ocultar a agressão de Barci.
Em fevereiro, a PF havia concluído que Alexandre Barci foi vítima de “injúria real” por parte de Mantovani, mas não chegou a indiciar ninguém. No entanto, em junho, a decisão foi revista. Imagens inicialmente divulgadas mostravam o momento em que Mantovani Filho atinge Barci no rosto, derrubando os óculos do filho do ministro.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), por sua vez, defendeu o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que não há dúvidas de que ofensas foram dirigidas a ele pelo empresário Roberto Mantovani, sua esposa Andrea Munarão, e seu genro, Alex Bignotto.
Fonte: gazetabrasil