A Fiat se destacou mais uma vez no Superguia Qual Comprar de Autoesporte. Além de ter levado o título de picape compacta com melhor custo do Brasil com a Strada, também foi vencedora no segmento das caminhonetes intermediárias com a Toro. O modelo está disponível em sete configurações com duas opções de motor: 1.3 turbo flex de 180 cv e 2.2 turbo diesel de 200 cv.
Vale lembrar que o Qual Comprar é um guia da revista Autoesporte que avalia e compara carros, ajudando os consumidores a escolherem o melhor modelo para suas necessidades. E a edição 2025, de forma inédita, analisou mais de 180 modelos de carros.
O bicampeonato é inquestionável. A Toro tem pacote de peças que figura entre os mais competitivos da categoria. Os planos de manutenção também seguem essa lógica, talvez até como forma de compensação para os custos de seguro e o índice de desvalorização pouco favoráveis ao bolso.
A competitividade do modelo da Fiat ainda fica evidente nas vendas: é a segunda picape mais emplacada no país e a líder disparada do seu segmento, apesar da chegada de diversos concorrentes. Para mantê-la em evidência, a marca italiana é mestra em bolar novidades. A última foi o motor 2.2 turbodiesel Multijet de 200 cv no lugar do antigo 2.0 de 170 cv.
Com consumo melhor (10,5 km/l na cidade e 13,6 km/l na estrada), o conjunto usa o câmbio de nove marchas e equipa as versões mais caras da caminhonete, inclusive nossa sugestão, a Ranch. Ela vem com pacote ADAS, seis airbags, multimídia de 10” e tração 4×4. As opções mais baratas vão de 1.3 turbo flex com tração dianteira e mantêm o bom nível de recheio.
Ponto positivo: Desempenho, rede de concessionárias e caçamba
Ponto negativo: Raio de giro ruim e pouco espaço no banco traseiro
Não é exagero dizer que a Montana tem mais comportamento de SUV que a Toro. Baseada no Tracker, também só é vendida com o motor 1.2 turbo que recebeu injeção direta e atualizações em 2024, resultando em 141 cv (8 cv a mais, com etanol). Ele deixa a caminhonete econômica — faz 11 km/l de gasolina na cidade.
A versão LTZ, aqui indicada, tem seis airbags, câmera de ré, multimídia com wi-fi a bordo e chave presencial. As revisões são as mais baratas da categoria e o seguro é baixo, ao contrário das peças.
A linha 2026 trouxe novos faróis e pacote de itens de série mais atrativo. Multimídia com tela de 13,2″, ACC, frenagem autônoma, alerta e assistente de faixa e sensor de ponto cego se destacam. São duas versões a combustão, sempre com o 2.0 turbo de 253 cv e 38,7 kgfm e câmbio automático de oito marchas: a Lariat Black (com elementos escurecidos) e a Tremor (maior capacidade off-road).
A picape é boa de dirigir, mas o pós-venda complica: peças e revisões são as mais caras da categoria. Ao menos o preço de compra baixou.
A Stellantis acertou na mosca. Conseguiu trazer para o segmento a marca famosa pelas picaponas, só que usando a base monobloco da Toro. Foi mais um modelo do grupo a ganhar motor 2.2 turbodiesel de 200 cv e, no embalo, estreou a versão de entrada, Big Horn.
Sugerimos a Rebel, que oferece ADAS, painel de 10,3″, multimídia de 12,3″, sete airbags e bancos elétricos. As opções a gasolina seguem com o 2.0 de 272 cv. O que pega para a picape são os custos do seguro e das peças. As revisões também não são acessíveis.
A pioneira do segmento acaba por ser atualmente a opção da categoria com mais foco no trabalho, provavelmente pela falta de rivais diretas com essa proposta e, também, em virtude dos preços muito competitivos. Por outro lado, tem a menor caçamba do segmento. É vendida em três versões e todas usam o motor 1.6 de 112 cv com câmbio manual.
A lista de equipamentos só oferece os itens de segurança obrigatórios. Tanta simplicidade se reflete no pós-venda: peças, revisões e seguro são os mais em conta da categoria.
Sete anos atrás, as picapes representavam 13,2% do mercado brasileiro. Hoje, já constituem uma fatia de 20,3%, com mais de 140 mil unidades vendidas em 2025. O segmento intermediário foi um dos grandes responsáveis por esse crescimento, ocupando a ampla lacuna entre as compactas e as médias. Interessante notar que as caminhonetes intermediárias, em sua grande maioria, são voltadas a consumidores do varejo e não ao trabalho.
A exceção é justamente a Oroch, que acaba de ser reposicionada pela Renault. De forma geral, o objetivo das intermediárias é se apresentar como uma alternativa aos SUVs. Para isso, apostam em fatores como design, bons ângulos de transposição e caçambas com volumes muito mais generosos do que qualquer porta-malas.
Há modelos com tração 4×4 e, nos próximos anos, devem aumentar as opções híbridas (hoje restritas à Ford Maverick). Está pensando em comprar uma? A robustez e a valentia podem ser maiores, mas atente-se a questões como o preço do seguro, o espaço interno, o consumo de combustível e a entrada de água na caçamba em dias chuvosos.
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Fonte: direitonews