Fiat Strada: como escolher a versão ideal para o seu uso?


Lançada em 1998 como derivada do Fiat Palio, a Strada nasceu para ocupar o espaço deixado pela Fiorino e competir com nomes já estabelecidos como Ford Courier e Volkswagen Saveiro. Com proposta urbana, capacidade de carga honesta e baixo custo de manutenção, rapidamente conquistou o público que precisava de um utilitário leve para trabalho ou lazer.

Mas foi ao longo dos anos 2000 e 2010 que a Strada se reinventou: recebeu cabines estendida e dupla, motorizações mais potentes, versões aventureiras e, por fim, em 2013, tornou-se a primeira picape compacta a oferecer três portas na cabine dupla.

Com quatro grandes fases visuais e dezenas de versões e motorizações, a Strada de primeira geração reinou absoluta no segmento por mais de 20 anos. Ainda hoje, é uma das opções mais interessantes de picape usada para quem busca confiabilidade mecânica e variedade de configurações. Este guia de compra detalha as principais características da linha, as versões mais interessantes e o que considerar ao buscar um bom exemplar. Confira!

A Fiat Strada de primeira geração foi lançada em 1998 como a variante picape do Palio, compartilhando sua base estrutural e diversos componentes. Sua proposta era atender tanto o público urbano quanto o uso no trabalho leve, com robustez mecânica, fácil manutenção e versatilidade nas configurações de cabine.

Ao longo de mais de duas décadas de produção, a Strada passou por três reestilizações marcantes (em 2001, 2008 e 2013) e ganhou versões com apelo visual mais esportivo ou aventureiro, sempre mantendo o foco no bom custo-benefício.

A picape foi oferecida com três tipos de carroceria: cabine simples, estendida e dupla. A cabine simples priorizava a capacidade de carga, com caçamba de 1.220 litros e 705 kg de capacidade útil. Tinha 4,44 metros de comprimento, 1,66 m de largura, 1,58 m de altura e entre-eixos de 2,71 m. Já a cabine estendida trazia um pequeno compartimento atrás dos bancos, ideal para ferramentas ou objetos pessoais, e tinha dimensões semelhantes, mas com caçamba um pouco menor (1.100 litros).

A grande novidade foi a introdução da cabine dupla, inicialmente com duas portas e, a partir de 2013, com três portas — um diferencial na categoria. Ela oferecia espaço para quatro adultos, embora com limitações para quem fosse atrás.

Suas dimensões eram ligeiramente maiores: 4,47 m de comprimento, 1,74 m de largura, 1,64 m de altura e o mesmo entre-eixos de 2,71 m. A capacidade de carga da cabine dupla variava entre 650 e 680 kg, com caçamba de aproximadamente 680 litros. Mesmo com espaço reduzido para a carga, ela caiu no gosto de quem precisava de um veículo versátil para o trabalho e a família.

Essa variedade de carrocerias ajudou a Fiat Strada a dominar o segmento por anos, com ampla aceitação tanto no uso comercial quanto pessoal.

A Fiat Strada passou por uma longa evolução mecânica ao longo de sua primeira geração, com diversas opções de motores que priorizavam a robustez e o baixo custo de manutenção. No início, era equipada com os motores 1.5 e 1.6 8V ou 16V de origem Fiat, substituídos a partir de 2001 pelos mais modernos motores Fire. O 1.3 Fire 8V foi utilizado até meados de 2005, quando foi substituído pelo confiável 1.4 Fire 8V, que permaneceu até o fim da geração e se tornou o motor mais comum da linha.

As versões mais potentes adotaram motores 1.8. Entre 2005 e 2009, a Strada usava o 1.8 8V de origem GM, que oferecia bom torque e desempenho superior às opções 1.4, mas com consumo mais elevado. A partir de 2009, esse propulsor deu lugar ao 1.8 16V E.TorQ, de origem Fiat/FPT, que melhorava a suavidade de funcionamento, entregava até 132 cv com etanol e se mostrou mais adequado ao uso misto entre cidade e estrada.

+ Quer receber as principais notícias do setor automotivo pelo seu WhatsApp? Clique aqui e participe do Canal da Autoesporte.

Todas as versões usaram câmbio manual de cinco marchas até 2019. No entanto, no último facelift da geração, a partir de 2019, a Strada Adventure com motor 1.8 E.TorQ passou a oferecer também uma opção de câmbio automatizado Dualogic de 5 marchas. Essa novidade trouxe mais conforto para quem utilizava a picape no dia a dia urbano e marcou um avanço frente à concorrência.

Essa diversidade de motorizações e, no fim da vida da geração, a chegada do câmbio automático, mostram como a tentativa da Fiat de fazer a Strada se adaptar às necessidades do mercado ao longo de mais de 20 anos de produção contínua.

A variedade de versões foi um dos pontos-chave do sucesso da Strada. Na fase inicial, ainda com visual semelhante ao do Palio 1996, as versões eram simples: a versão Working foi lançada com acabamento espartano e foco total na robustez, junto com as versões Trekking e LX, com apelo um pouco mais urbano ou aventureiro.

A LX se destacava pelo conforto e vinha com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, enquanto a Trekking apostava em suspensão elevada e visual esportivo. A primeira reestilização, em 2001, manteve a opção de cabines simples e estendida, versões, além de trazer os novos motores Fire.

A segunda grande mudança de estilo veio em 2008, acompanhando o visual do Palio e do Siena da mesma época. A gama se organizou em torno de três versões principais. A Working continuava como modelo de entrada, sempre com motor 1.4 Fire e poucos equipamentos, mas ganhava melhorias discretas com o tempo, como direção hidráulica e ar-condicionado em pacotes opcionais.

A Trekking se mantinha como opção intermediária, com visual mais esportivo, retrovisores com repetidores de seta, faróis com máscara negra e rodas de liga leve, além de ar e direção de série em muitos anos. A topo de linha Adventure usava motor 1.8 Powertrain (e depois E.TorQ), vinha com suspensão elevada, rodas aro 15 ou 16, faróis de neblina, barras no teto, faróis auxiliares e, a partir de 2009, podia ser equipada com o diferencial blocante Locker — um diferencial mecânico que aumentava a capacidade de tração.

A fase final da Strada de primeira geração começou com o facelift de 2013, que trouxe o visual com lanternas traseiras espichadas e cabine dupla de três portas — um diferencial até então exclusivo no segmento. As versões Working, Hard Working e Adventure passaram a oferecer opções de cabine simples, estendida ou dupla.

A Working, mais básica, seguia com motor 1.4 e oferecia apenas o essencial. A Hard Working adicionava direção hidráulica, ar-condicionado, vidros e travas elétricas, rádio com entrada USB e detalhes estéticos mais refinados.

Já a Adventure vinha com o pacote completo: motor 1.8 E.TorQ, rodas maiores, retrovisores com repetidor, sensor de estacionamento, volante multifuncional e, nos últimos anos, até central multimídia com tela sensível ao toque. Mesmo assim, os airbags e o ABS só se tornaram obrigatórios em 2014, e nunca houve controle de estabilidade ou tração nessa geração.

A última versão Adventure também foi a única a ter opção de câmbio automático, no caso, o automatizado Dualogic que já era usado no restante da linha Fiat.

Durante sua longa vida comercial, a Fiat Strada acumulou uma variedade notável de versões especiais. Com nomes marcantes e estilos bem definidos, essas edições serviram para manter o modelo em evidência e atender nichos específicos do mercado, ora apostando em apelo jovem e urbano, ora reforçando a robustez da linha Adventure ou destacando o custo-benefício em momentos estratégicos da produção.

Uma das primeiras a surgir nesse espírito foi a Strada MTV, lançada no começo dos anos 2000 como uma parceria com a emissora de música. Voltada ao público jovem, trazia rodas de liga leve, cores exclusivas, adesivos e logotipos alusivos à MTV, além de detalhes internos diferenciados como bancos com padronagem especial. Era baseada na cabine estendida e, apesar da proposta urbana, manteve a robustez mecânica das demais versões.

Já a TryOn foi criada como uma porta de entrada para a linha Adventure. Com visual aventureiro — molduras plásticas, suspensão elevada e para-choques encorpados —, trazia equipamentos mais simples e preços mais acessíveis. Ela conquistou muitos compradores que buscavam o visual da Adventure Locker, mas não faziam questão de todos os itens de série.

Mais adiante, a Fiat apresentou a Adventure Extreme, uma série especial que levava a proposta aventureira ao limite com acabamentos escurecidos, adesivos laterais exclusivos e rodas com visual mais agressivo. Sempre equipada com motor 1.8 E.TorQ e o sistema de bloqueio de diferencial Locker, a Extreme combinava estilo e capacidade em trilhas leves — e virou objeto de desejo entre fãs da picape.

Enquanto isso, a Celebration focava em custo-benefício. Lançada para marcar marcos de produção da Fiat no Brasil, ela partia das versões de entrada, mas agregava um pacote básico de conforto com ar-condicionado, direção hidráulica e travas elétricas. Era a escolha de muitos frotistas e consumidores que buscavam um veículo simples, confiável e com o mínimo necessário para o uso urbano ou comercial leve.

Fechando a lista, a Sporting chegou com um toque de esportividade, mirando o público jovem e urbano. Com para-choques exclusivos, saias laterais, rodas aro 16 e acabamento interno com detalhes vermelhos, ela tinha visual ousado, mas mantinha a base mecânica robusta da linha. Disponível apenas com cabine estebndida e motor 1.8, era voltada para quem queria uma picape com mais personalidade sem abrir mão da praticidade.

A Fiat Strada de primeira geração é uma das picapes usadas mais versáteis do mercado. A vasta oferta de versões permite escolher entre configurações voltadas exclusivamente para o trabalho e opções com cabine dupla e bom nível de conforto, ideais para quem busca um veículo único para o dia a dia e o fim de semana.

As versões Hard Working são particularmente recomendadas pelo equilíbrio entre preço, confiabilidade e nível de equipamentos. Já as versões Adventure, especialmente as mais novas com motor E.TorQ, oferecem visual robusto, bom desempenho e equipamentos que ainda fazem frente a modelos atuais.

Se você busca uma picape compacta confiável, com manutenção acessível e grande variedade de opções no mercado de usados, a Strada de primeira geração ainda é uma escolha segura e inteligente.

Quer ter acesso a conteúdos exclusivos da Autoesporte? É só clicar aqui para acessar a revista digital.

Fonte: direitonews

Anteriores Saiba quem eram o policial e o advogado que m0rrer4m em acid3nt3 na BR-060
Próxima Alpinista sobrevive a queda no Monte Rinjani dias após morte de brasileira Juliana Marins