Felipe Massa desistiu de Mercedes com motor de F1 por motivo inusitado


Felipe Massa quase foi um feliz proprietário de nada menos que um Mercedes-AMG One. Quase. Em entrevista ao podcast do Motorgrid Brasil, o ex-piloto de Fórmula 1, confidenciou que conseguiu reservar uma das 275 unidades do exclusivo hipercarro alemão de 1.063 cv de potência e mais de R$ 13 milhões. O brasileiro “dividiria” a compra do carro com um amigo para andar nas ruas de Miami (EUA), onde tem casa, mas desistiu.

Durante um evento fechado de apresentação e test-drive do AMG One em Portugal, Massa chegou a ter o gostinho e pilotar o hiperesportivo com motor de F1 na pista de Estoril. Porém o o CEO da divisão esportiva da Mercedes jogou um balde de água fria nos planos do piloto brasileiro.

“Eu iria rachar (sic) com um amigo para ter o carro em Miami . Mas quando chegou os finalmente, durante um evento de apresentação do One, o executivo da AMG me disse que o carro só teria um problema: não poderia ser emplacado nos Estados Unidos“, contou Massa.

As rígidas regras dos órgãos norte-americanos quanto a ruído, consumo e emissões, por exemplo, fizeam a AMG desistir de certificar o carros nos EUA. À época, a AMG emitiu um comunicado aos clientes do país dizendo que “para atender aos padrões rodoviários dos EUA, a homologação do AMG One comprometeria significativamente seu desempenho, que traz um motor de Fórmula 1 real em combinação com uma série de unidades elétricas, e seu caráter geral de direção. Como resultado, a AMG decidiu limitar as entregas à Europa (e outros mercados), onde o One cumpre toda a regulamentação”, dizia a carta.

Eu não tinha interesse em ter o carro na Europa, só nos Estados Unidos. Eu queria o carro onde eu conseguisse andar na rua. Aí eu saí do negócio e falei para o meu amigo, que tem casa em Portugal, para ele ficar com o carro. E ele comprou“, completou o ex-piloto da Sauber, Ferrari e Williams.

Mesmo sem ter o hipercarro na garagem, Massa disse que curtiu bastante o AMG One e o comparou com sua época de F1.

“É um carro muito difícil para uma pessoa que não tem a experiência de um Fórmula 1. Toda a parte de bateria do carro precisa dessa expertise. Porque na F1, a volta rápida de classificação usa toda a carga para ter a potência inteira. A volta seguinte tem que ser devagar para carregar a bateria. E esse carro é exatamente a mesma coisa”, explica o atual líder da Stock Car. “Claro que existem outros modos que faz o carro ser capaz de dar mais voltas com potência menor e, além disso, tudo o que você tem o volante que parece um carro de F1. Como carro, potência, aderência.. é animal!”, completa Massa no podcast.

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O hipercarro usa um conjunto híbrido derivado do carro de F1 de 2016: a parte a combustão é o V6 1.6 turbo de 574 cv que trabalha com quatro motores elétricos. Os cinco propulsores juntos entregam 1.063 cv e 99 kgfm. O câmbio é automatizado de sete marchas.

A disposição desses motores elétricos é pouco comum e bastante complexa. Dois deles são responsáveis pela tração nas rodas dianteiras. O terceiro é usado para acionar o turbocompressor, no intuito de zerar o atraso na rotação da turbina (o famoso turbo lag). E o último é ligado diretamente ao motor a combustão. Esse, por sinal, tem a faixa máxima de rotação limitada a 11.000 rpm para que a durabilidade seja maior do que apenas poucos milhares de quilômetros, como acontece na F1.

Com 1.695 kg, o supercarro híbrido tem aceleração de zero a 100 km/h estimada em 2,9 segundos e velocidade máxima de 350 km/h, que é praticamente a um carro de F1. Apenas 275 unidades são fabricadas em Coventry, na Inglaterra.

Revelado no Salão de Frankfurt (Alemanha) em 2017 ainda como conceito, o AMG One teve a sua primeira unidade de produção entregue apenas no ano passado. Engenheiros da Mercedes encontraram diversos problemas na adequação do motor de F1 para ser homologado para as ruas, principalmente na questão de software. Mesmo assim a lista de compradores traz nomes ilustres, como Nico Rosberg e Valtteri Bottas (que já receberam seus carros), além de Lewis Hamilton, o atacante norueguês Erling Haaland e o ex-F1 David Coulthard. Há, inclusive, dois brasileiros nessa seleta lista — que moram na Europa.

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Fonte: direitonews

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