Feijão perde valor em Sorriso e retração da safra pressiona mercado nacional


A queda nas cotações do feijão em á reflete um cenário de menor atratividade ao produtor e ajuda a explicar a revisão para baixo da produção nacional na safra 2025/2026. Na última semana, os preços do feijão carioca de melhor padrão recuaram 3,2% no município, movimento que levou produtores a restringirem as ofertas diante da dificuldade de fechar negócios em valores considerados viáveis.

O comportamento observado em Sorriso se soma ao de outras regiões produtoras e está diretamente ligado à combinação de preços pouco atrativos e condições climáticas adversas, fatores que levaram a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a reduzir as estimativas de área e produção de feijão no país. Segundo o levantamento mais recente, a produção total da safra 2025/26 foi revisada para cerca de 3,0 milhões de toneladas, volume 1,8% inferior ao da temporada anterior. Caso o cenário se confirme, será o segundo ano consecutivo de retração da oferta nacional.

A revisão considera tanto a redução da área plantada quanto ajustes negativos na produtividade média. O impacto é mais evidente na primeira safra, especialmente nos segmentos de feijão carioca e feijão preto. No caso do carioca, apesar de a área ainda permanecer levemente acima da registrada em 2024/25, a queda de produtividade mantém a produção estimada em torno de 1,7 milhão de toneladas, praticamente no mesmo patamar da safra passada.

Para o feijão preto, o recuo é mais acentuado. A combinação de menor área e produtividade deve resultar em uma oferta cerca de 12,5% inferior, estimada em aproximadamente 710 mil toneladas. Em sentido oposto, o feijão caupi segue com perspectiva de crescimento, sustentado principalmente pela expansão fora da primeira safra, o que tende a compensar parcialmente a queda dos demais tipos.

Com estoques iniciais mais enxutos, produção revisada e importações moderadas, a disponibilidade interna estimada para a próxima temporada recua para pouco mais de 3,1 milhões de toneladas. O consumo doméstico permanece projetado em torno de 2,8 milhões de toneladas, enquanto os estoques finais devem equivaler a pouco mais de duas semanas de consumo, deixando o mercado mais sensível a variações regionais de oferta e qualidade.

Esse cenário já aparece de forma clara no mercado físico. Nos lotes de feijão carioca com notas 9 ou superiores, houve estabilidade de preços em regiões como Itapeva (SP), principal referência de qualidade, mas pressão em outros polos consumidores. Além da queda registrada em Sorriso, as cotações recuaram 0,48% no Noroeste de Minas Gerais e 1,6% na Grande São Paulo.

Para os grãos de padrão intermediário, com notas 8 e 8,5, o movimento foi distinto. A maior demanda por lotes sem defeitos sustentou altas em diversas regiões, como Centro e Noroeste Goiano, Barreiras (BA) e Leste Goiano, enquanto apenas o Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba registraram recuo.

No mercado de feijão preto, a oferta ainda é majoritariamente da safra 2024/25 do Paraná, mas já há entrada de grãos da nova safra paranaense, negociados a preços mais elevados. As cotações avançaram na Metade Sul do Paraná e em Curitiba, sinalizando um mercado mais ajustado à medida que a nova safra começa a ganhar espaço.

A tendência para 2025/26 é de um mercado mais sensível, com diferenças cada vez mais evidentes entre regiões, tipos e padrões de feijão, em um contexto de oferta ajustada, estoques curtos e maior cautela dos produtores na comercialização.

*Com informações da CNA

Fonte: nortaomt

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