
O clima seco e a falta de chuva persiste em todo o estado. O Mato Grosso Clima e Mercado concluiu a primeira semana de cobertura com as queixas de falta de chuva regular e atrasos no plantio. Mesmo descendo alguns quilômetros pela BR-163, o sol não dá tréguas, os agricultores continuam relatando a seca que atinge a região. Nesta sexta-feira (21.11), a Aprosoja MT conversou com mais três produtores rurais dos núcleos de Lucas do Rio Verde e Nova Mutum.
A primeira parada do dia foi em Lucas do Rio Verde, onde a produtora rural Ildiana Romancini relatou à delegada coordenadora do núcleo de Lucas do Rio Verde, Taisa Botton, que atrasou o plantio por falta de chuva. Ela contou que o plantio iniciou 10 de outubro e precisou fazer uma pausa por falta da chuva.
“Foi bem complicado, faltou muita chuva aqui para nós no começo. Nós sempre tivemos o planejamento de lançamento do plantio em setembro, iniciamos em 10 de outubro e nós terminaremos mesmo no dia 16 de outubro. A gente teve que parar porque realmente não chovia e aí sempre vem essas preocupações. Então a gente começou no dia 10, paramos ali um minuto e aí no dia 16 a gente conseguiu finalizar”, relata.
Romancini também destacou a preocupação com o acúmulo de chuvas para os meses de dezembro e janeiro, podendo comprometer a colheita e toda a logística dos armazenamentos. Ela ressaltou que todos os anos os problemas com armazenamento são os mesmo e é uma movimentação maior.
“A gente sabe que todas as tendências estão falando que janeiro vai ser um mês realmente bem chuvoso. Então já vem com bastante preocupação, o produtor já começa a se preocupar. E aí se chover muito atrasa tudo, caminhão, fila nos armazéns e a própria colheita em si na lavoura”, afirma.
Descendo alguns quilômetros pela BR-163, em Nova Mutum, o produtor rural Henrique Badan contou ao MT Clima e Mercado que também está sofrendo com as chuvas irregulares e que não pode mais errar para não correr o risco do replantio da soja.
“Faz 15 dias que não chove, hoje tem uma previsão muito boa de chuva e isso é necessário né para a gente conseguir tocar a cultura para frente para ajudar também na janela do milho safra, que é a próxima cultura aqui. O custo de produção nosso hoje é bem elevado. Um replante aí dá muito prejuízo para a gente, então não pode errar”, lamenta.
Badan espera uma produtividade acima de 60 sacas de soja por hectare, mas para isso é necessário ter chuva na região. Além da queda na produtividade, o agricultor destacou a queda no lucro do produtor, pois a planta não consegue atingir o máximo de produtividade sem a umidade correta.
Em Diamantino, o delegado do núcleo de Nova Mutum, Marcos Sfredo, também relatou a falta de chuva na região. Ele afirmou que ficou 18 dias sem chuva na lavoura e que isso comprometeu a primeira semeadura.
“Aqui na propriedade a gente iniciou o plantio no final de setembro, pelo dia 25, conseguiu plantar uma área relativamente boa, uns 25% mais ou menos, e a gente decidiu parar por causa das limitações de começo de outubro que estavam um pouco abaixo, não marcava chuva. E acabou que acertamos, porque foi voltar a chover aqui na região só na segunda quinzena. A soja ela sentiu muito, ficou 18 dias sem chuva, então ela segurou o crescimento, demorado para desenvolver, saiu já mais atrasada”, explica.
Sfredo também contou que a produtividade da soja não está adequada, pois a falta de chuva fez com que a planta não se desenvolvesse corretamente. Apesar disso, segue otimista, acreditando que não será tão ruim, mas que não vai atingir o esperado para a safra.
“Aqui como teve esse baixo índice de chuva na semeadura, a gente já viu que não formou aquela posição que a gente gostaria. Por exemplo, jogamos 13 sementes por metro, acabou nascendo 9, 8. Então tem lugares que com certeza a gente já sabe que não tem mais aquele potencial tão alto. Não que vai ser uma má produção, mas não vai ser o esperado”, conta.
Com mais esses três produtores, a Aprosoja MT ouviu nesta primeira semana de cobertura os produtores de 8 núcleos e percorreu mais de 2.456 km no estado. Nas próximas semanas, o MT Clima e Mercado vai conhecer a realidade de mais 24 núcleos para ver de perto a realidade dos produtores rurais no início da safra 2025/26.
Fonte: noticiasagricolas






