F1: Alonso fala sobre idade, motivação e começar do ‘zero’ com a Aston Martin


O bicampeão de Fórmula 1, Fernando Alonso, falou em uma entrevista à Auto Motor und Sport, sobre vários assuntos, inclusive seu futuro na categoria, dizendo que sua mudança para a Aston Martin o fará começar do zero novamente no próximo ano.

Alonso deixou a Alpine no final da temporada 2022, para iniciar um contrato de dois anos (renovável por mais um ano) com a ambiciosa equipe Aston Martin, que chega à próxima temporada com dois sétimos lugares consecutivos no campeonato de construtores, mas com investimentos significativos sendo feitos em sua infraestrutura para o futuro.

O espanhol quebrou o recorde de maior número de largadas na história da Fórmula 1 nesta temporada, terminando o ano com 355 largadas, com o piloto de 41 anos não mostrando sinais de querer se aposentar por enquanto.

Perguntas sobre sua idade claramente se tornaram cansativas para o espanhol, que continua mostrando sua velocidade como piloto de Fórmula 1 e, de fato, ele acha que a experiência traz seus próprios benefícios, como quando ele conseguiu garantir a primeira fila no grid de largada no GP do Canadá no início deste ano.

Alonso falou à Auto Motor und Sport, sobre se há ou não vantagens em ter sua idade. “Eu corri em todos os circuitos do calendário 17 vezes. Alguns dos meus colegas talvez apenas duas vezes. Não há tempo de treinamento suficiente para compensar essa vantagem.”

“Se um jovem piloto te ultrapassasse na última volta em uma corrida fisicamente exigente, porque ele está um pouco mais em forma, então a idade seria uma desvantagem. Mas isso nunca realmente aconteceu.”

“Caso contrário, a idade só traz vantagens. Posso extrair coisas de um enorme banco de dados de experiência. Em Montreal, fizemos apenas algumas voltas na chuva antes da qualificação. Conheço a pista na chuva desde o passado, devo ter pilotado lá cinco ou seis vezes com pista molhada, então isso me convém”, disse ele.

Alonso acredita que sua experiência mais completa hoje, permitiria que ele superasse a versão dele, que conquistou seu segundo título na Fórmula 1 em 2006.

“Em muitas áreas”, ele respondeu quando questionado sobre como se sente melhor do que quando mais jovem. “Eu posso ler uma corrida melhor hoje. Eu sei quando atacar e quando não. Em 2006, o gerenciamento de pneus quase não tinha importância, mas hoje tem.”

“Com os pit stops de hoje, tudo se resume a parar certo e o mais rápido possível. Com as paradas para reabastecimento de combustível de antigamente, isso não importava, pois você ficava parado por dez segundos de qualquer maneira. Se eu tivesse que correr contra o Alonso de 2006, eu o venceria exatamente nesses detalhes”, disse ele.

Já se passaram 16 anos desde que o espanhol venceu um campeonato na F1 pela última vez, embora tenha chegado perto de conquistar o terceiro título em algumas ocasiões.

Ele deixou claro, que mesmo a menor chance de aumentar seu número de títulos, é o que mantém sua motivação para continuar correndo na Fórmula 1, e sua mudança para a Aston Martin é a melhor chance para ele poder facilitar isso dentro de algum tempo.

“Amo o que faço”, continuou Alonso. “Claro que gostaria de ter um carro com o qual pudesse disputar o título, mas não há lugar para mim lá. Pelo que havia no mercado, a Aston Martin é uma das equipes que pode atingir esse objetivo em dois ou três anos.”

“Isso é importante na minha idade. Eu não tenho tempo para sempre. Enquanto houver 1% de chance de conquistar o título de novo, vou continuar. E se não funcionar como piloto, talvez em uma função fora do carro”, disse o espanhol.

“Se nos tornarmos campeões do mundo então, isso também me daria satisfação porque eu poderia dizer que ajudei a construir isso. Estou feliz por entrar em um novo projeto e torná-lo bem-sucedido o mais rápido possível”, acrescentou.

A Aston Martin está construindo sua nova base em Silverstone na esperança de se impulsionar para a frente do grid nas próximas temporadas, com uma série de contratações de alto nível também tendo sido feitas pela equipe nos últimos dois anos.

Fernando Alonso sabe que começará do zero na construção de tal projeto com sua nova equipe, depois de deixar a Alpine e acha que conseguiu deixar sua marca em seus ex-empregadores de uma boa maneira.

“É do zero. Estou ciente disso”, disse Alonso sobre sua entrada na Aston Martin. “No entanto, a Aston Martin tem uma boa plataforma. Eles têm pessoas muito boas e estão construindo uma nova fábrica com novas ferramentas.”

“Também estou deixando para trás muitas coisas boas na Alpine, que desenvolvemos juntos nos últimos dois anos. Não é segredo que no ano passado tive problemas com a direção hidráulica. Agora está perfeito”, acrescentou.

“Desde então, todos os pilotos que pilotaram o carro da Alpine elogiaram o funcionamento da direção hidráulica. Mas essa é a vantagem de contratar Alonso e a desvantagem de perdê-lo”, concluiu o espanhol com um sorriso.

 

 

 

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