CEO da equipe lembra desafios ao assumir o comando e destaca mudanças que levaram ao sucesso
O CEO da McLaren, Zak Brown, revelou que encontrou um ambiente de trabalho “tóxico” quando ingressou na equipe em 2016. Na época, a McLaren vivia uma fase difícil ao lado da Honda, fornecedora de motores que havia retornado à Fórmula 1 no ano anterior.
Apesar da expectativa de sucesso com a parceira japonesa, os três anos de colaboração foram marcados por problemas de desempenho e confiabilidade, levando a McLaren a trocar os motores Honda pelos da Renault em 2018. No entanto, as dificuldades persistiram, e Brown percebeu que os desafios iam muito além do propulsor.
Agora, após uma ascensão impressionante, a McLaren encerrou a temporada de 2024 como campeã do Mundial de Construtores, marcando o fim de um longo processo de reestruturação.
Brown se surpreendeu com o cenário crítico da equipe
Ao relembrar seus primeiros momentos na equipe, Brown admitiu que a situação era ainda pior do que ele esperava:
“Era muito pior do que eu imaginava”**, disse o dirigente de 53 anos em entrevista a James Allen, no F1.com.
“Entrei sabendo que as coisas não estavam bem. Você podia ver pelos patrocinadores no carro, pelos resultados. Mas, quando cheguei, percebi que era realmente ruim.”
Diante desse cenário, Brown optou por começar a transformação pelo lado comercial, sua especialidade, para garantir os recursos financeiros necessários para o futuro da equipe:
“Primeiro, foquei na parte comercial, porque era onde eu me sentia mais confortável e precisávamos de muitos recursos.”**
Ambiente “tóxico” e política interna prejudicavam a McLaren
Além dos problemas financeiros e técnicos, Brown identificou que a cultura dentro da McLaren era um obstáculo para o progresso. Com o passar dos anos, a equipe passou por mudanças significativas na liderança, incluindo a chegada de Andrea Stella como chefe de equipe e a contratação de Rob Marshall, ex-engenheiro da Red Bull, para comandar o departamento técnico.
“Eu sabia que o impacto comercial seria minha maior contribuição no curto prazo. Também percebi que precisaríamos trocar a maioria da liderança, mas de forma gradual, conforme eu conhecesse todos.”
Brown revelou que as disputas internas prejudicavam a equipe e precisavam ser resolvidas antes que a McLaren pudesse retomar seu caminho de sucesso:
“Levou um tempo para virar o jogo. O ambiente era bem tóxico no chão de fábrica, principalmente em relação à política interna.”
A mudança de motor para a Renault ajudou, mas não resolveu completamente os problemas da equipe. Brown reconheceu que havia desafios estruturais mais profundos:
“Na época, todos nós estávamos convencidos de que o problema era o motor Honda. Embora tenha sido um grande fator, não era a única questão.”
“Ficou muito claro que, quando mudamos para a Renault, os resultados melhoraram um pouco, mas ainda tínhamos problemas fundamentais.”
Mesmo com um caminho árduo pela frente, Brown e sua equipe conseguiram superar os desafios e recolocar a McLaren entre as principais forças da Fórmula 1:
“Foi uma tarefa bastante assustadora de encarar, mas conseguimos chegar lá no final.”
McLaren volta ao topo da F1
Com a conquista do título de construtores em 2024, a McLaren finalmente encerrou um período de seca que durava desde 1998, quando a equipe venceu pela última vez com Mika Häkkinen e David Coulthard. Agora, com uma estrutura consolidada e um carro competitivo, a equipe busca manter-se entre as melhores da Fórmula 1 nos próximos anos.
O trabalho de reestruturação de Zak Brown provou ser fundamental para a reconstrução da McLaren, que passou de uma equipe em crise para uma verdadeira candidata ao título mundial.
Fonte: f1mania