O chefe da Mercedes, Toto Wolff, pediu à Fórmula 1 que discuta um possível teto salarial para pilotos, pois segundo ele, esses salários podem ser compensados por acordos de patrocínio.
Na temporada passada, a F1 introduziu um limite de orçamento, mas veio com uma lista de exclusões que incluíam salários de pilotos, salários de três funcionários top das equipes, e os motores, para citar alguns.
As unidades de potência, no entanto, em breve terão seu próprio limite estabelecido em US$ 95 milhões para as temporadas 2023-2025, aumentando para US$ 130 milhões em 2026, quando os novos regulamentos de motor entrarem em vigor.
Com a Fórmula 1 tomando medidas para reduzir os custos, a categoria espera que, com o tempo, isso desempenhe um papel no nivelamento do campo de jogo, e Wolff acredita que é hora de incluir os salários dos pilotos.
“Isso certamente surgiu como um tópico controverso”, disse ele ao The Sun. “Podemos ver que estamos enfrentando uma situação muito difícil na F1 no geral. A categoria está crescendo e ganhando mais dinheiro, e isso chega às equipes.”
“Mas temos um limite de custo. Temos US$ 140 milhões para 1.000 pessoas. Com a inflação, não conseguimos nem pagar a inflação. A conversa sobre um subsídio salarial de US$ 30 milhões ou US$ 40 milhões é inadequada quando você adota essa perspectiva. Claramente os pilotos terão uma opinião sobre isso”, disse ele.
O uso de tetos salariais para limitar o valor que as equipes podem pagar a seus atletas, é algo relativamente novo.
Nos Estados Unidos, a National Football League, a National Hockey League, a National Basketball Association, e a Major League Baseball, têm suas próprias variações.
Wolff diz que se funciona nesses esportes nos Estados Unidos, também pode funcionar na Fórmula 1.
“As ligas norte-americanas, que são as mais bem-sucedidas do mundo, introduziram tetos salariais há 15 anos”, disse Wolff. “Ali funciona muito bem. Precisamos encontrar uma maneira de agir de forma sustentável e nos tornar independentes de fundos soberanos ou equipes estatais.”
“Portanto, certamente está claro que essa será uma das principais áreas, porque você não pode simplesmente ter uma conta salarial em algumas das principais equipes que é de 30, 40, 50 milhões, quando o resto do time precisa ser dividido em 140 milhões”, acrescentou.
“Mas, tendo dito isso, os pilotos são superestrelas tremendas, eles merecem estar entre os maiores ganhadores da categoria. Em termos de salários diretos, eles já são.”
“Precisamos encontrar uma maneira de liberar a capacidade de fazer acordos de patrocínio, que é dois terços, se não mais, para equipes esportivas americanas. Mas certamente, em salários diretos, os pilotos da F1 são os mais bem pagos”, finalizou Wolff.
Obviamente a maioria dos pilotos da Fórmula 1 é contra um teto salarial, mas como Wolff afirmou, algum tipo de controle precisa existir, até para ajudar no crescimento da categoria.
O F1MANIA.NET acompanha ‘in loco’, diretamente de Interlagos, o GP de São Paulo da Fórmula 1 2022 com os jornalistas Gabriel Gavinelli e Nathalia De Vivo.