Pouco mais de um ano depois que Martin Whitmarsh ingressou na Aston Martin no cargo de CEO do grupo, no início de 2021, o então chefe de equipe, Otmar Szafnauer deixou o time e mudou para a Alpine para a temporada 2022 da Fórmula 1.
Falando pouco depois da mudança, Szafnauer à imprensa: “Quando você tem ‘dois papas’, simplesmente não funciona (se referindo a ele mesmo e Whitmarsh). Então, acho que era hora de sair e deixar a Aston Martin para seu único papa, e vou tentar ajudar a Alpine com o melhor de minha capacidade”, disse ele no início de 2022.
Mas mesmo na Alpine ele não tem autonomia total, pois se reporta ao CEO da equipe, Laurent Rossi, que é responsável não apenas pela divisão de carros de rua, mas também pela equipe de Fórmula 1.
Szafnauer, no entanto, diz que com Rossi, a estrutura dos ‘dois papas’ funciona. “Trabalhar com Laurent é realmente fácil”, disse ele à Autosport. “Somos como papas de igrejas separadas. Ele é CEO da Alpine, a montadora, e eu me reporto a ele.”
“Um dos pilares da montadora Alpine é uma equipe de F1, ou uma das entidades abaixo dele. Então eu apenas reporto a ele, que tem todo tipo de outros subordinados diretos, para vender carros, projetar carros, fabricar carros, comercializar os carros, todas essas coisas”, disse ele.
Segundo Szafnauer, que reclamou que na Aston Martin não tinha a influência que achava que deveria ter, há agora uma clara divisão entre suas responsabilidades na Alpine com as de Rossi.
“A última coisa que você quer quando chega é ter sobreposição”, disse ele. “Sobreposição significa que eu faço isso e você faz isso, então nos sobrepomos nessas coisas, e isso simplesmente é muito ruim.”
“No início, houve alguma sobreposição. E então conversamos e cada um faz uma coisa, e assim não há sobreposição, e estamos nesse ponto agora”, acrescentou.
Isso significa que, quando a Alpine começou a procurar um novo piloto para substituir Fernando Alonso, que mudou para a Aston Martin em 2023, Szafnauer liderou a busca.
Ele revelou que inicialmente conversou com o chefe da equipe AlphaTauri, Franz Tost, sobre Pierre Gasly, com Tost sendo inflexível que seu piloto não estava disponível.
Mas mesmo depois do ‘não’ de Tost, ele entrou em contato com o consultor da Red Bull, Helmut Marko, e colocou a bola em movimento para que Gasly se juntasse à Alpine.
Szafnauer diz que manteve Rossi informado durante o processo. “Liguei para Franz para perguntar se ele poderia liberar Gasly e Franz disse que não, e então pensei: ‘Ótimo. Estou feliz que ele tenha dito isso’. Porque a última coisa que eu queria ouvir era, sim, mal posso esperar para me livrar desse cara! Ele disse, não, eu preciso dele, ele é um ótimo piloto. Eu não quero perdê-lo.”
“Eu disse: ‘Obrigado, mas com todo o respeito, você se importa se eu ligar para o Helmut? Ele pode ter uma perspectiva diferente’. Eu liguei para Helmut. Mas, ao mesmo tempo, quando chegava em certos pontos, ligava para Laurent e dizia: ‘Olha, foi isso que fiz, foi até onde cheguei’,” afirmou Szafnauer.