O ex-piloto e tetracampeão de Fórmula 1, Alain Prost, acredita que o início da temporada 2023, mostrou que ‘uma crise nunca está longe’, mesmo em equipes de ponta como a Red Bull.
Prost afirmou que as próximas corridas serão cruciais para a dinâmica na equipe Red Bull, dada a aparente diferença de comportamento de Sergio Perez, que está enfrentando mais Max Verstappen.
Os pilotos da Red Bull dividiram vitórias nas duas primeiras corridas na atual temporada, e na Austrália o holandês levou a melhor, garantindo sua segunda vitória em 2023, contra uma de Perez. Verstappen tem uma vantagem de 15 pontos sobre seu companheiro de equipe nesse momento, depois que Perez terminou em P5 em Melbourne, tendo largado do pit lane.
Com essa mudança de mentalidade de Perez, Prost prevê que a competição contínua entre os dois, pode criar mais tensão na garagem da Red Bull.
“O sistema de favorecer um único piloto, Max Verstappen, que funcionou tão bem, está mostrando seus primeiros sinais de fracasso”, escreveu Prost em sua coluna para a publicação francesa L’Équipe. “Sergio Perez, já está consolidado no time, está descobrindo que pode vencer e não está mais disposto a fazer concessões para ficar atrás.”
“Mesmo que o domínio da Red Bull continue, as próximas semanas serão cruciais para o time. É claro que qualquer coisa pode rapidamente atrapalhar os trabalhos e que, mesmo no topo, uma crise nunca está longe”, afirmou Prost.
Em relação ao resto do grid, o francês acredita que há uma crise em jogo em quase todos os times de alguma forma, com o forte ritmo da Red Bull dando uma grande dor de cabeça para as demais equipes.
Prost fez referência à sua ex-equipe, McLaren por se afastar ainda mais da frente, quando seu plano era brigar na ponta, enquanto a Mercedes está presa por enquanto, com um conceito de carro que não é o correto para desafiar a liderança.
“É um começo estranho para a temporada”, escreveu ele. “Para onde quer que você olhe, você vê que não está tudo bem e que, de certa forma, já é uma crise. E uma crise em todos os níveis, seja você uma equipe grande ou pequena.”
“Claro que existem as equipes de fábrica ou históricas que estão sofrendo, como a McLaren, que não apenas não está se reconstruindo, mas ano após ano está despencando. Tem a Alpine, cuja recuperação ainda está demorando a chegar. Existe a Mercedes, que persiste no seu conceito assumidamente inovador mas que obviamente não funciona”, acrescentou o tetracampeão.
A única exceção à regra para Prost no cenário atual, é a Aston Martin, cujo progresso desde a última temporada é muito claro, passando do sétimo lugar na classificação de construtores nos últimos dois anos para verdadeiros favoritos este ano.
Com a nova fábrica da equipe ainda em construção e mais mudanças de infraestrutura por vir, Prost acredita que a equipe de Silverstone forneceu o modelo para outros seguirem olhando para o futuro.
“No ano passado, eles decidiram traçar uma linha sob seu carro de 2022 e se reinventarem”, disse Prost sobre a abordagem da Aston Martin. “Primeiro, mudou os pilotos, sem pensar duas vezes, de Vettel para Alonso. Demorou para entender o que ele estava fazendo, mas agora está no topo, longe da crise que os outros estão passando. Uma lição para todas as outras equipes”, finalizou Prost.
Fonte: f1mania
