Robert Kubica, um dos talentos mais promissores da Fórmula 1 em meados dos anos 2000, abriu o jogo sobre as dificuldades que enfrentou em seu retorno à categoria em 2019. Para o polonês, a escolha da equipe Williams naquela época foi crucial para o fracasso da empreitada.
Após superar graves sequelas de um acidente de Rally em 2011, onde quase perdeu um braço, Kubica conseguiu voltar à F1 em 2017 para alguns testes privados. Apesar das limitações no uso da mão direita, conquistou uma vaga na Williams para a temporada de 2019. Infelizmente, a Williams era a antítese da estabilidade e competitividade naqueles anos, sofrendo com a instabilidade da família Williams como proprietária. O carro daquela temporada, o FW42 apresentou sérios problemas durante o desenvolvimento, além de ser lento e difícil de pilotar.
Surgiram boatos e teorias sobre o desempenho de Kubica, com fãs sugerindo que ele não recebia equipamento igual ao de seu então companheiro de equipe, George Russell. A então vice-diretora da equipe, Claire Williams, porém desmentiu tais afirmações.
A realidade é que Kubica não conseguiu demonstrar o mesmo brilhantismo e velocidade que o haviam destacado em sua primeira passagem pela F1. O carro problemático e a falta de direção da Williams na época prejudicaram o polonês.
Depois da Williams, Kubica atuou como piloto reserva da Alfa Romeo de 2020 a 2022 e participou de diversos testes e treinos livres. Com o patrocínio da PKN Orlen migrando para a AlphaTauri, ele deixou der ter vínculos diretos com a F1. A partir de 2024, o polonês focará na categoria de hipercarros com a AF Corse no Campeonato Mundial de Endunrance (WEC).
Em entrevista ao jornal polonês Przeglad Sportowy, Kubica refletiu sobre o lado positivo e negativo de sua experiência: “Na minha opinião, meu maior sucesso não-esportivo é que, hoje todos já se acostumaram com o jeito que sou”, disse Kubica. “Ninguém questiona mais. Se você me quer, sou do jeito que sou. Ninguém espera filtros.”
Ao analisar seu retorno à F1, o polonês não escondeu a frustração.
“Há um outro pensamento, relacionado ao retorno à F1”, afirmou. “Do ponto de vista esportivo, com a Williams, não poderia ter sido pior. Para ser justo, tenho muito respeito por aquele grupo, porque havia pessoas que realmente sabiam o que estavam fazendo lá. Mas infelizmente, estávamos na hora errada e no lugar errado”, disse ele.
Kubica também comentou sobre o comportamento das pessoas no paddock durante sua fase complicada na F1, comparando-a com a época em que era considerado um grande talento.
“Muita coisa depende de para onde o vento sopra”, afirmou. “Se está indo bem e você tem um fluxo positivo, de repente aparecem muitos ‘amigos’ e ‘conhecidos’. E se não está indo bem, de repente eles não estão mais lá.”
“Não escondo que minha vida tem sido um bom teste de amizades. O número de amigos e pessoas próximas a mim antes do acidente versus depois do acidente mudou drasticamente. Acho que também foi uma boa lição de vida”, finalizou o polonês.
Fonte: f1mania