F1: Jornalista britânico coloca Hamilton acima de Senna e Schumacher no que se refere ao “jogo limpo”


Com sete títulos mundiais em seu nome, é comum haver comparações de Lewis Hamilton a outras grandes lendas da Fórmula 1, como o também heptacampeão Michael Schumacher e o tricampeão Ayrton Senna. 

Peter Windsor, ex-gerente da Williams e Ferrari e hoje jornalista, apontou que Hamilton se diferencia de Senna e Schumacher no que se refere ao confronto direto na pista. 

Como esquecer das brigas entre Prost e Senna, com o brasileiro eliminando o ex-companheiro de equipe no início do GP do Japão de 1990. E Schumacher colidindo com Damon Hill e Jacques Villeneuve nas rodadas decisivas dos títulos de 1994 e 1997. 

Além disso, outro episódio marcante do heptacampeão foi praticamente ter “estacionado” o carro durante a classificação do GP de Mônaco em 2006, visando barrar a pole position do rival Fernando Alonso. 

Apesar do recente confronto com Max Verstappen, durante a primeira volta do GP da Inglaterra de 2021, regado a polêmicas, Peter Windsor acredita que a conduta de Hamilton na pista lhe dá certa vantagem sobre Schumacher e Senna.

“Acho que se você está falando apenas sobre as disputas na pista, acho que Lewis está muito acima dos dois, porque ele realmente não faz nada sujo. Tudo o que Lewis faz é difícil, impressionante, ocasionalmente termina em lágrimas – Nico Rosberg em Barcelona – mas, de um modo geral, ele não faz nada sujo”, comentou em seu canal na Twitch.

“Eu sei que muitos de vocês vão dizer: Bem, e quanto a Silverstone com Max Verstappen? Bem, esses são dois caras que acabaram de passar metade da primeira volta de Silverstone um ao lado do outro, a poucos centímetros um do outro. Eles saem da [Curva] Luffield e Max se atrapalha um pouco. O que Lewis vai fazer, aguardar atrás dele? Não, ele vai para a direita.”

“E sim, foi um movimento ambicioso de Lewis, mas, igualmente, Max – que tinha acabado de correr com ele meia volta roda a roda – com certeza saberia: ‘Lewis vai atacar agora, porque me atrapalhei um pouco ao sair de Luffield’”.

“E é por isso que sempre digo que foi 50/50, porque se trata da filosofia de Niki Lauda e Alain Prost, em que não ser atingido por outro piloto é tão importante quanto reduzir a diferença.” 

“De um modo geral, Lewis é um modelo de pilotagem limpa, enquanto Ayrton era tudo menos isso e Michael era tudo menos isso”, apontou. 

“Você poderia dizer que Michael provavelmente repetiu algumas coisas de Ayrton, mas Ayrton estava testando os freios na Fórmula 3 com Martin Brundle. Ele fez isso com Nigel em Spa em 87. E, claro, Alain Prost em Suzuka, duas vezes ele foi eliminado por Ayrton.”

“Ayrton fez muitas dessas coisas, mas Michael era diferente, porque Michael fez algumas delas, mas também fez o que Ayrton provavelmente nunca faria, que foi apenas bater o carro deliberadamente para impedir que Fernando Alonso conseguisse uma pole.”

“Acho que o Ayrton nunca teria feito algo assim, acho que nunca teria ocorrido a ele fazer isso. Não há muitos pilotos para quem isso ocorreria na verdade, mas Michael o fez. Mais tarde, ele disse: ‘Bem, você sabe, você vê muitas dessas coisas acontecendo no futebol e eu estava apenas fazendo o que vi em outros esportes’”. 

“Em termos de estilo de pilotagem, coloco Lewis mais perto de Michael do que de Ayrton. Mas em termos de habilidade na pista, coloco Lewis à frente dos dois, com certeza”, concluiu. 

 

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