A Red Bull venceu os dois campeonatos da F1 em 2022, mas certamente não foi uma temporada sem problemas para a equipe de Milton Keynes.
Depois de um início de temporada tumultuado com alguns abandonos em corridas, a equipe produziu uma sequência suprema de sucesso. Nas 19 corridas finais de 2022, todas, exceto três, foram vencidas pela equipe.
O título de Max Verstappen em 2021 foi envolto nas controvérsias que aconteceram na última corrida do ano em Abu Dhabi, mas em 2022, o bicampeonato do holandês e o título entre as equipes para a Red Bull, foram incontestáveis.
A temporada 2022 foi a combinação perfeita de um Verstappen confiante e amadurecido, com o brilhantismo de Adrian Newey (diretor e projetista-chefe da Red Bull), que conheceu o novo conjunto de regulamentos da F1 e foi capaz de fazer um carro quase perfeito.
Mas, apesar de toda essa perfeição, a temporada em si teve alguns incidentes. A equipe entrou em 2022, ainda envolta pelas nuvens de controvérsia do GP de Abu Dhabi de 2021.
Enquanto nem a Red Bull nem Verstappen tiveram culpa pelo acontecido, grande parte da mídia e da base de fãs, usaram as ações de Michael Masi (ex-diretor de corridas da F1), como uma ferramenta para criticá-los, argumentando que o primeiro título de Verstappen na F1 deveria vir com um asterisco.
A Red Bull precisava começar 2022 com força e, embora o RB18 parecesse imediatamente um carro rápido, também parecia estar atrás da Ferrari. A corrida de abertura da temporada no Bahrein viu Charles Leclerc fazer a pole, volta mais rápida e conseguir a vitória na corrida, enquanto a Red Bull sofreu com abandonos de Verstappen e Sergio Perez, bem como a AlphaTauri de Pierre Gasly, com as unidades de potência da Red Bull Powertrains tendo um início difícil, apesar do apoio contínuo da Honda.
Esses problemas de confiabilidade da Red Bull aconteceram novamente no GP da Austrália, fazendo parecer que os dois títulos seriam fáceis para a Ferrari.
O holandês ficou desconsolado, já afirmando que o título seria impossível em 2022, mas depois de Melbourne, algo mudou para a Red Bull. Verstappen venceu as três corridas seguintes e ultrapassou Leclerc na classificação. Na época do GP da Inglaterra, Verstappen tinha 49 pontos de vantagem sobre o piloto da Ferrari.
A Scuderia reagiu com uma vitória em Silverstone, seguida pela corrida caseira da Red Bull na Áustria, mas provou ser apenas um ‘flash’, pois se houve uma corrida que refletiu a temporada de Verstappen, foi Spa.
Ele se qualificou na pole, mas caiu para P14 devido a uma penalidade de motor, porém, no final da segunda volta, ele já era o oitavo colocado. Na volta seis, ele era P6 e na volta oito, P3.
Ele passou para o primeiro lugar na volta 12, sem ter parado, mas na volta 18 estava no vácuo do líder Carlos Sainz com pneus mais novos. Ele ultrapassou o espanhol facilmente e, a partir daí, não perdeu mais a liderança da corrida.
Terminando 18 segundos à frente do segundo colocado Perez, Verstappen foi muito dominante. O GP da Bélgica provou ser não apenas uma das melhores performances da temporada, mas uma das melhores da já notável carreira do holandês.
A corrida em Spa foi a primeira após as férias da categoria e com a vitória, foi quase confirmado para onde iriam os dois títulos.
Foi essa facilidade que a Red Bull caminhou para o título, que tornou seus momentos de polêmica ainda mais memoráveis.
Antes da corrida em Singapura, surgiram rumores de que a Red Bull junto com a Aston Martin havia quebrado o limite de orçamento em 2021. Os rivais queriam que fossem retirados pontos no campeonato de 2021 (o que poderia tirar o primeiro título de Verstappen), enquanto Zak Brown, CEO da McLaren, descreveu a violação como uma ‘trapaça’ em uma carta aberta à FIA.
Essas conversas e especulações continuaram até que, logo após o GP do Japão, a FIA confirmou que a Red Bull havia cometido uma infração e ultrapassado o limite de orçamento em 2021.
A FIA aplicou uma multa de US$ 7 milhões para a equipe e tirou 10% do tempo de túnel de vento da Red Bull para a temporada 2023.
Com esse problema para trás, ainda houve tempo para mais confusão envolvendo a Red Bull. Com o título de Verstappen garantido, ele se recusou a ceder uma posição para Perez, que lutava contra Leclerc pelo segundo lugar no campeonato.
O holandês desobedeceu às ordens da equipe, dizendo ao seu engenheiro de corrida, Gianpiero Lambiase, que ele tinha seus motivos, mas isso acabou em uma guerra desnecessária na garagem da Red Bull. Assim como aconteceu com o limite de custo, surgiram rumores sobre exatamente quais foram os motivos de Verstappen para essa atitude (criticada por todos no paddock, imprensa e fãs), com a batida de Perez na qualificação em Mônaco, que impediu o holandês de estabelecer a pole naquela corrida, surgindo como a fonte mais provável das queixas de Verstappen.
Perez acabou perdendo o P2 para Leclerc no campeonato, e embora a Red Bull tenha afirmado que o relacionamento entre os companheiros de equipe continuou firme, a chegada de Daniel Ricciardo como terceiro piloto em 2023 oferece mais intrigas para o próximo ano.