Nesta terça-feira (20), a FIA deu um ultimato em qualquer manifestação política ou religiosa em campeonatos regidos pela Federação Internacional de Automobilismo. O maior destaque recai sobre a F1, pois recentemente alguns pilotos decidiram usar a plataforma global para dar voz a diversas causas.
Em 2020, Lewis Hamilton publicou em suas redes sociais uma reprimenda contra o silêncio da categoria diante das manifestações ao redor do globo em face da morte de George Floyd, em maio daquele ano. A atitude do heptacampeão fez com que a F1 criasse a campanha We Race As One (Corremos como um só).
Durante a etapa do GP da Toscana, em 2020, Hamilton subiu ao lugar mais alto do pódio com uma camiseta pedindo a prisão dos policiais que atiraram e acabaram matando a americana Breonna Taylor em uma ação policial brutal. A jovem não havia cometido qualquer crime. Após o episódio na Itália, a FIA deixou claro que os pilotos só deveriam usar vestimentas com os logos das equipes e patrocinadores no pódio e nas entrevistas após a prova.
Neste ano, ainda houveram manifestações, os pilotos deram um jeito de dar voz às causas. Por exemplo, na quinta-feira, quando sabiam que haveria muitos fotógrafos esperando sua entrada no paddock, alguns davam um jeito de se expressar.
Agora, no entanto, a FIA alterou o Código Esportivo Internacional (ISC) proibindo “a realização e exibição geral de declarações ou comentários políticos, religiosos e pessoais notavelmente em violação do princípio geral de neutralidade promovido pela FIA.”
A entidade deu uma declaração através de um porta-voz sobre a questão, mencionando o fato de se alinhar com outras organizações atléticas, como o Comitê Olímpico Internacional, e “abster-se-á de manifestar discriminação” contra qualquer pessoa.
“O ISC foi atualizado em alinhamento com a neutralidade política do esporte, como um princípio ético fundamental universal do Movimento Olímpico, consagrado no Código de Ética do COI, juntamente com o princípio da universalidade estabelecido no Artigo 1.2.”
“Além disso, conforme estabelecido no Artigo 1.2 dos Estatutos da FIA, a FIA deve promover a proteção dos direitos humanos e da dignidade humana e abster-se de manifestar discriminação por raça, cor da pele, sexo, orientação sexual, origem étnica ou social, idioma, religião, opinião filosófica ou política, situação familiar ou deficiência no curso de suas atividades e de tomar qualquer ação a esse respeito, a FIA se concentrará em grupos sub-representados, a fim de alcançar uma representação mais equilibrada de gênero e raça e criar uma cultura mais diversa e inclusiva”, comunicou o porta-voz.