O ex-piloto de F1, Philippe Streiff, que ficou tetraplégico em um acidente no extinto circuito de Jacarepaguá no Rio de Janeiro, faleceu ontem aos 67 anos.
Streiff correu em carros esportivos e se mostrou um piloto promissor no campeonato europeu de Fórmula 3, antes de passar para a Fórmula 2. Ele conquistou uma vitória em 1984 pela equipe Automobiles Gonfaronnaises Sportives, mais conhecida como AGS, e foi escolhido pela Renault para fazer sua estreia na F1 no mesmo ano.
O francês pilotou um terceiro carro da Renault no GP de Portugal em 1984. No ano seguinte, ele foi contratado no meio da temporada por Guy Ligier, proprietário da equipe Ligier, que havia perdido a paciência com seu piloto titular, Andrea de Cesaris, após uma série de batidas provocadas por erros do próprio italiano.
Streiff conseguiu seu melhor resultado na Fórmula 1 com um P3 no GP da Austrália daquele ano, depois de um toque com seu então companheiro de equipe, Jacques Laffite, que apesar do toque, ainda conseguiu o P2 naquela corrida.
Com Rene Arnoux se juntando à equipe em 1986, não havia lugar para Streiff, mas ele encontrou uma vaga na Tyrrell, que também usava motores Renault. Depois de um sétimo lugar promissor em sua primeira corrida pela equipe, duas posições atrás do companheiro de equipe Martin Brundle, Streiff terminou sua primeira temporada completa na F1 em 13º lugar na classificação, também duas posições atrás de Brundle.
Em 1987 Streiff continuou na equipe Tyrrel, tendo como companheiro de equipe, Jonathan Palmer, mas os resultados não foram muito animadores naquela temporada. Em 1988, ele voltou para a AGS agora na F1, mas sofreu uma temporada desastrosa e não competitiva com o chassi JH22.
Streiff continuou com a equipe em 1989, mas nos testes de pré-temporada no circuito de Jacarepaguá, no Brasil, ele bateu muito forte no guard-rail, após uma provável quebra da suspensão, e capotou várias vezes, inclusive tendo o ‘santo antonio’ quebrado. No acidente ele sofreu ferimentos graves na coluna que o deixaram paralisado pelo resto da vida. Ainda segundo relatos da época, e principalmente da esposa de Streiff, Renée Streiff, o atendimento recebido pelo piloto teria sido equivocado e talvez piorado a lesão na coluna sofrida pelo francês.
Devido ao grave acidente Streiff ficou tetraplégico, mas após retomar sua vida, dentro de sua nova condição, ele passou a organizar um evento anual de Kart para pilotos de F1, que foi realizado por muito tempo em Paris e atraiu nomes como Ayrton Senna e Alain Prost. Ele também comentou sobre automobilismo para a televisão francesa durante vários anos.
O CEO da F1, Stefano Domenicali, disse que estava ‘muito triste’ ao saber do falecimento do francês. “Ele mostrou coragem e determinação incríveis ao longo de sua vida”, disse Domenicali. “A forma como ele superou o acidente e reconstruiu sua vida foi inspiradora. Todos nós enviamos nossas condolências à sua família nesse momento triste”, finalizou.