F1: Ex-piloto da Ferrari elogia Hamilton dentro e fora das pistas


O ex-piloto de F1 e lenda da Ferrari, Jacky Ickx, falou sobre sua admiração por Lewis Hamilton e afirmou que o impacto do piloto da Mercedes nas questões sociais, pode até superar suas conquistas na Fórmula 1.

Hamilton é um dos vários pilotos que usaram suas plataformas para promover várias causas nos últimos anos, com o heptacampeão buscando aumentar a diversidade e a inclusão no automobilismo.

Em 2020, o britânico lançou a ‘Hamilton Commission’ com o objetivo de entender por que relativamente poucos estudantes negros seguem carreiras no automobilismo, além de ter montado junto com a Mercedes, uma instituição de caridade, a ‘Ignite’.

Ickx, que venceu oito GPs na F1 e as 24 Horas de Le Mans em seis ocasiões, acredita que a influência de Hamilton nessas áreas é uma parte fundamental de seu legado.

Falando no canal Twitch do ex-gerente da equipe Williams e Ferrari, Peter Windsor, Ickx afirmou: “Lewis Hamilton é um campeão extraordinário e também corre para uma equipe fantástica, a Mercedes-Benz. Os dois juntos foram uma associação fantástica e ganharam tudo.”

“Mas Lewis é especial em dois aspectos. Ele é especial como o piloto que quis ser a vida toda, treinando muito para isso, e o homem de sucesso com todos os recordes possíveis.”

“Ele também é a primeira pessoa a se envolver em tal nível de interesse para defender o ‘Black Lives Matter’, por exemplo. Ele é único nesse aspecto e não sei qual lado seu é o mais fantástico de certa forma”, afirmou Ickx.

O belga revelou que nunca se encontrou pessoalmente com Hamilton, acrescentando: “Tentei encontrar Lewis várias vezes e gostaria de ter a chance de encontrá-lo uma vez.”

“Eu diria: ‘Lewis, você é um dos maiores campeões, mas o que você fez pelos direitos humanos da comunidade negra, você é o primeiro a fazê-lo, e você o fez em tal dimensão, que não sei qual das suas qualidades é mais importante’. Se eu tivesse que colocar suas realizações em ordem, o ativismo seria o número um ou o número dois? Acho que respondo que é o número um”, acrescentou.

“Gostaria de um dia ter a chance de conhecê-lo porque adoro a ideia de falar a ele o que sinto sobre isso, e ainda mais o que a comunidade negra sente sobre ele. Porque conheço vários africanos e eles consideram que Lewis é um embaixador fantástico para a comunidade africana.”

Relembrando sua carreira na F1 nas décadas de 1960 e 1970, Ickx compartilhou sua experiência de correr na África do Sul, na era da segregação, com poucos questionando se isso era uma coisa certa a ser feita.

“Nós fomos para Kyalami para o GP da África do Sul. Eu não conhecia ninguém naquela época que achasse isso totalmente inaceitável”, disse o ex-piloto de 77 anos.

“Poucas pessoas sabiam disso, mas íamos para lá sem prestar muita atenção na situação, íamos apenas correr, mas felizmente essas coisas mudaram.”

“Naquela época, quando o colonialismo ainda morria lentamente, poucas pessoas se importavam com isso. E isso me incluía. Gostava de ir para Kyalami, porque era lindo, mas devo admitir que vi que havia um banheiro separado para os negros, outro para os brancos e assim por diante”, concluiu o ex-piloto da Ferrari.

 

 

 

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