F1: Domenicali afirma que questões de direitos humanos podem cancelar GPs em alguns países


O CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali, informou que a categoria pode cancelar contratos com países que ignoram questões de direitos humanos.

Na temporada 2023, a F1 vai correr em quatro países que têm essa questão presente em suas realidades: Bahrein, Arábia Saudita, Catar e Abu Dhabi.

Duas temporadas atrás, visitando a Arábia Saudita pela primeira vez, vários pilotos liderados por Lewis Hamilton e Sebastian Vettel, se manifestaram contra o histórico de direitos humanos do país.

Na época, Domenicali afirmou: “A Fórmula 1, através do esporte, eles terão a intensidade para garantir que o progresso seja feito em um tempo mais rápido, de uma maneira mais rápida, do que normalmente seria necessário para fazer essas mudanças. É por isso que estamos aqui sem medo e para garantir que as coisas sejam feitas da maneira certa.”

Esse é um sentimento que ele mantém hoje, embora tenha afirmado que a Fórmula 1 tem bases legais, para cancelar contratos com qualquer país que acredite não estar fazendo sua parte para as mudanças necessárias.

Falando ao ex-piloto de F1 e atual comentarista da Sky Sports, Martin Brundle, Domenicali afirmou: “Acho que realmente nos preocupamos com a decisão e também temos artigos muito claros de que, se virmos algo que não está seguindo a direção certa, temos imediatamente o benefício de interromper nossos relacionamentos. Existem auditores independentes que estão acompanhando isso.”

“Mas acredito que somos muito mais poderosos se formos a lugares onde eles mostram uma vontade real de mudar, e os holofotes da Fórmula 1 ajudarão a acelerar a velocidade dessa mudança”, acrescentou.

Questionado sobre se eliminaria corridas em nome dos direitos humanos, ele respondeu: “A resposta é muito simples: sim.”

Domenicali também reiterou que não impedirá os pilotos de falarem livremente, não importando o assunto. No mês passado, a FIA ajustou os regulamentos para impedir que os pilotos: ‘Façam ou exibam declarações políticas, religiosas e pessoais que violem seu princípio geral de neutralidade’ a partir de 2023.

Isso colocou o corpo diretivo do automobilismo em rota de colisão com vários pilotos, com Valtteri Bottas criticando-os por tentarem ‘nos controlar’, enquanto Max Verstappen chamou isso de ‘desnecessário’.

Domenicali disse que enquanto os pilotos falarem com respeito, ele não vai colocar barreiras: “Minha posição é muito simples”, disse ele. “Nós corremos como um. Para promover a discussão e usar nossa plataforma da maneira certa. Não acredito que se trate de impedir que os pilotos se comuniquem com a comunidade. É uma questão de respeito.”

“O que eu não gosto é quando você diz algo para atacar o outro. Isso esta errado. Você é um piloto. Respeite os parceiros com quem você trabalha. Você precisa ser equilibrado. Ninguém colocará barreiras. A menos que seja político porque somos um esporte”, disse Domenicali.

“Para chamar a atenção para determinados assuntos que estão no centro da discussão? Sem problemas. Tenho certeza de que a FIA compartilha dessa visão. Existem lugares onde você pode fazer isso. Mas respeite seus parceiros. Você deve seguir o processo”, acrescentou.

Resta saber se a decisão do presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, de se afastar das negociações e decisões do dia a dia na Fórmula 1, fará com que o órgão regulador do automobilismo revise sua posição em relação às declarações políticas dos pilotos.

 

 

Fonte: f1mania

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