F1: Diretor técnico da categoria revela receio de projetistas e surpresas com o novo regulamento


A F1 prometeu trazer mudanças para 2022 no que se refere à competitividade do esporte. Sob um novo regulamento técnico, a categoria almejava mais disputas na pista, o pelotão misturado e rostos novos nos degraus do pódio. 

Entre as mudanças principais estava a redução do chamado turbilhão de ar gerado pelos carros, uma vez restringido é possível maior aproximação dos competidores e consequentemente chances de ultrapassagem.   

Contudo, as novas diretrizes, com a volta do efeito solo na aerodinâmica dos carros, gerou certo receio de experientes projetistas, como Adrian Newey, responsável pela criação do vitorioso RB18. 

“Havia ceticismo no campo”, revelou Pat Symonds, diretor técnico da F1, à Auto Motor und Sport da Alemanha. “Adrian Newey inicialmente temia que todos os carros parecessem iguais, porque as regras são muito restritivas.” 

“Mas elas não eram. Você se lembra dos esboços que mostramos em Austin, em 2019, na apresentação das novas regras? Sem trabalhar as formas construtivamente, apenas queríamos demonstrar que existe de fato liberdade em diferentes áreas do carro. Estamos felizes por termos tido razão”, apontou Symonds. 

“Alguns até chegaram muito perto dos nossos esboços. Eu diria que os carros são mais diversificados hoje do que antes, embora muitos provavelmente ainda teriam dificuldade em reconhecer todos os carros se fossem pintados de preto”.

Sobre os diferentes designs das equipes, Symonds destacou: “Depois das primeiras corridas, fizemos um balanço. Não conseguimos ver nada nos carros que pudesse prejudicar nosso conceito. Algumas coisas foram definitivamente mais radicais do que pensávamos.”

“Por exemplo, a Mercedes. Posteriormente, testamos e revisamos o conceito em CFD [Sistema de análise da dinâmica de fluidos computacional, que visa simular por computador a aerodinâmica do carro] e devo dizer que o formato do Mercedes é mais fácil de seguir do que os outros carros.”

“A asa traseira da Aston Martin também era algo que não esperávamos. Vejo um risco nessa ideia de que pode dar errado se a ideia for levada adiante. Espero que a FIA proíba isso em 2023”, o que de fato já aconteceu. 

Outro fator observado nos novos regulamentos foi o aumento nos tempos de volta – os designs acabaram sendo cerca de 1 a 2 segundos mais lentos do que os carros de 2020/21.

Para 2023, o diretor técnico da categoria afirma que os tempos de volta podem cair consideravelmente. “Isso pode acontecer já no ano que vem”, afirmou. “Agora os engenheiros sabem quais fatores tornam o carro lento.”

“Eles serão expandidos no próximo ano. O quadro geral permanecerá. Esses carros sempre serão mais rápidos em curvas rápidas e mais lentos em curvas lentas”, concluiu Pat Symonds.

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