Com a nova regulamentação técnica em 2022, as equipes acabaram se deparando com uma surpresa na pista: o bouncing e o porpoising. Fenômenos que faziam com que os carros sob alta velocidade dessem pulos/quicadas no solo.
O diretor técnico da categoria, Pat Symonds, revelou que o efeito acabou pegando todos de surpresa, afirmando que as simulações preparatórias da F1 deveriam ter permitido identificar o efeito aerodinâmico antes que os carros tivessem sido criados.
“Tenho que admitir, não estava no nosso radar”, declarou à Auto Motor und Sport. “Nós deveríamos ter previsto isso. Tínhamos condições de descobri-lo com antecedência, porque estávamos trabalhando com simulações dinâmicas.”
“Nós as usamos, por exemplo, para verificar o que acontece quando um carro roda e fica com baixa pressão, tipo o acidente que Mark Webber sofreu uma vez em Valência. Você precisa de um software especial para simular isso, e poderíamos tê-lo usado para antecipar e entender o bouncing.”
“Eu também deveria saber, porque ainda estava trabalhando com efeito solo nos carros. Eu simplesmente tinha esquecido disso. Sem dúvida, o bouncing mudou as coisas. As equipes tiveram que resolver esse problema antes que pudessem trabalhar em sua aerodinâmica. Bouncing não é um problema puramente aerodinâmico. Também há muita mecânica envolvida, por exemplo, rigidez da suspensão”, explicou.
Para as próximas temporadas, Symonds espera que a competição tenha um equilíbrio de fato e siga pelo rumo proposto do novo regulamento. “Subestimamos o fato de algumas equipes ainda terem grandes departamentos de aerodinâmica que acabaram se aproveitando das novas novas regras.”
“Mas estamos esperançosos de que a diferença do pelotão da frente para o de trás diminua rapidamente. Você já podia ver isso em pequena medida durante a temporada”, concluiu.