F1: Chandhok comenta saída de Binotto da Ferrari


O ex-piloto de F1 e atual comentarista, Karun Chandhok, usou uma referência do futebol em relação à saída de Mattia Binotto da Ferrari.

A Ferrari tinha motivos para grande otimismo no início da temporada 2022, com seu F1-75 sendo o carro mais rápido, enquanto os rivais da Red Bull sofriam com problemas de confiabilidade.

Mas uma situação que parecia tão promissora sofreu uma reviravolta completa, com vários erros estratégicos da equipe e alguns erros de pilotos, além de problemas de confiabilidade, iniciaram um declínio que viu a Ferrari terminar o ano com um F1-75 mais lento que o Red Bull RB18.

O holandês Max Verstappen, conquistou o título de pilotos com uma vantagem de 146 pontos sobre Charles Leclerc, enquanto a Ferrari terminou 205 atrás da Red Bull entre os construtores.

Depois do resultado final, Binotto entregou sua carta de demissão para a Ferrari, com o ex-chefe da Alfa Romeo, Frédéric Vasseur, assumindo o cargo a partir de 2023.

Mas, com os problemas da Ferrari girando principalmente em torno de confiabilidade e operações, Chandhok não vê como a saída de Binotto é a resposta para esses problemas.

“Pessoalmente, não acho necessariamente que essa seja a resposta”, disse Chandhok à Sky Sports F1. “Parece meio como um técnico de futebol.”

“Houve problemas no lado operacional. Se você olhar do ponto de vista técnico, em termos de P&D (pesquisa e desenvolvimento) e design, eles produziram um carro muito rápido”, disse ele.

“Mas operacionalmente, em termos de confiabilidade, eles têm problemas. E não acho que apenas mudar a pessoa que está no topo seja necessariamente a resposta”, acrescentou Chandhok.

Uma mudança fundamental na cultura da Ferrari que Binotto tentou introduzir em sua última temporada, foi tornar os problemas sem um ‘culpado’, querendo que a Ferrari superasse os dias de apontar o dedo uns aos outros internamente.

Às vezes, porém, isso foi longe demais, especialmente com Binotto negando durante grande parte da temporada que a equipe tivesse um problema no departamento de estratégia, quando claramente tinha.

Portanto, o comentarista da Sky F1, David Croft, acredita que Binotto pagou o preço por manter essa cultura ‘sem culpa’. “Eu estava pensando sobre isso, Mattia Binotto pagou o preço por uma temporada de superexpectativa para a Ferrari?” Croft ponderou. “Mas não, é a resposta para isso, como você diz, eles projetaram o carro mais rápido do grid.”

“Ele pagou o preço por tentar proteger a equipe de Maranello do intenso escrutínio e de qualquer culpa pública? Sim, acho que sim. É interessante. Toto Wolff criou uma cultura de ‘não culpa’ na Mercedes. Mattia tentou fazer a mesma coisa na Ferrari, e um é festejado por isso e o outro tem que se demitir”, acrescentou.

Chadhok apontou, porém, que uma cultura ‘sem culpa’ realmente não funciona se houver problemas que precisam ser resolvidos, sugerindo que Binotto foi culpado de ser muito protetor com seus colegas em Maranello.

“Mas há uma diferença”, disse Chandhok em resposta à avaliação de Croft. “Porque há uma coisa sobre criar uma cultura ‘sem culpa’, no entanto, se alguém não está entregando resultados, mas no caso deles (Ferrari), a equipe de estratégia não estava entregando, então você tem que fazer mudanças.”

“E acho que Mattia talvez se incline demais para proteger as pessoas e não demiti-las no meio da temporada, e talvez tenha hesitado em fazer as mudanças necessárias”, acrescentou Chandhok.

 

 

 

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