A suposta ‘conspiração’ envolvendo Bernie Ecclestone, voltou ao centro das atenções no segundo dia de audiência preliminar do processo movido por Felipe Massa contra a Fórmula 1, a FIA e o ex-dirigente britânico. O julgamento ocorre na Royal Courts of Justice, em Londres, e busca determinar se o brasileiro pode seguir com sua ação por perdas e danos estimadas em cerca de US$ 82 milhões.
O advogado de Massa, Nick de Marco KC, apresentou ao juiz Jay, os argumentos de que Ecclestone e o então presidente da FIA, Max Mosley, encobriram deliberadamente informações sobre o acidente proposital de Nelson Piquet Jr. no GP de Singapura de 2008, episódio que ficou conhecido como ‘Crashgate’.
De acordo com de Marco, o processo só foi aberto recentemente porque houve uma ‘ocultação intencional de fatos relevantes’. Ele destacou que a entrevista concedida por Ecclestone ao site F1 Insider em 2023 foi o ponto de virada, revelando que o ex-chefe da F1 e Mosley já sabiam, ainda durante o GP do Brasil de 2008, que o acidente de Piquet havia sido provocado de forma deliberada.
“Somente depois de muitos anos, aquela entrevista foi a primeira vez que o senhor Massa percebeu que houve uma ocultação deliberada de uma conspiração conhecida”, afirmou o advogado.
De Marco também rebateu o argumento de que a ação estaria prescrita desde 2009, reforçando que só após as declarações públicas de Ecclestone, o piloto teve acesso à informação que teria sido encoberta.
Segundo o advogado, ‘os réus estão muito ansiosos para impedir que o tribunal examine seus atos graves de má conduta’. Ele acrescentou: “A FIA tinha o dever de aplicar seus regulamentos, e reconheceu isso quando finalmente investigou o caso em 2009”.

Citando diretamente a entrevista de Ecclestone, de Marco observou que o próprio ex-dirigente admitiu que ‘a FIA tinha evidências suficientes para investigar o acidente e deveria tê-lo feito na época’.
O representante de Massa criticou ainda o relatório do Conselho Mundial de 2009, que foi conduzido após Piquet Jr. revelar publicamente o plano de provocar o acidente: “As pessoas que escreveram esse relatório, Ecclestone e Mosley, sabiam que tinham provas suficientes, mas temeram as consequências e decidiram encobrir tudo”, acrescentou.
Encerrando sua argumentação, de Marco declarou: “Massa foi enganado por Ecclestone e Mosley. Não havia nada que o fizesse suspeitar que eles tinham a informação e optaram por não agir, quando publicamente afirmavam o contrário”, completou.
A audiência prossegue nesta sexta-feira (01) em Londres.
Fonte: f1mania






