Expectativa de mais aperto monetário pelo Fed derruba dólar


A inalterada determinação do Federal Reserve (Fed) – banco central dos EUA – de persistir no aperto monetário, a despeito do colapso de bancos ianques, ocorrido ontem (13) acabou derrubando o ímpeto do dólar, que fechou hoje (14) em queda de 0,22% (cotado a R$ 5,257 para venda) ante o real, embora o padrão monetário ianque tenha se aproximado, ao cabo da sessão, da máxima do dia.

Na avaliação de especialistas, embora o dólar tenha refletido o relatório de inflação ao consumidor de fevereiro nos EUA, ainda assim persistem dúvidas quanto à disposição do banco central ianque de prosseguir na escalada dos juros daquele país. Como resultante, a moeda estadunidense apresentou mínima de R$ 5,222 e máxima de R$ 5,262.

Mesmo com a melhora dos dados de inflação do mês passado, o índice de ações de Wall Street apresentou ligeira melhora, mas nada empolgante, porquanto permanece o suspense em relação aos próximos passos do Fed nessa direção.

Após avançar 0,5% em janeiro deste ano, o índice de preços ao consumidor norte-americano subiu mais 0,4%, no mês passado. Em consequência, o Departamento do Trabalho dos EUA admitiu que a base anual avançou 6% no mês passado, o que representa a menor performance do indicador, desde setembro de 2021. No acumulado em 12 meses até janeiro, a alta chegou a 6,4%.

Como os dados de inflação se situaram ‘dentro do esperado’ pelo mercado, a expectativa dominante é de que o Fed não adotará um ritmo mais agressivo, no sentido de elevar o custo dos empréstimos, na faixa de 0,5 ponto percentual, no próximo encontro de política monetária, que ocorre entre os dias 21 e 22 de março próximos.

A mudança de direção das apostas ocorreu devido à preocupação de que o colapso do Silicon Valley Bank (SVB) – fechado repentinamente na última sexta-feira (10), após o fracasso de uma operação de aumento de capital, seguido da falência do Signature Bank de Nova York – tivesse um efeito contaminante no mercado local.

Segundo o sócio da Nexgen Capital. Felipe Izac, “a gente começa a enxergar os efeitos que uma alta de juros lá fora tem na economia; isso gerou o temor de acentuar uma recessão, de que outras empresas possam passar por esse processo de insolvência ou até de gerar uma crise de crédito”, acrescentando que “isso fez a precificação sobre as próximas reuniões do Fed mudarem. Agora os mercados acreditam no máximo em 25 pontos-base de aperto (em março), com muitos pensando que talvez o Fed nem suba mais os juros”.

Fonte: capitalist

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