Em entrevista à emissora francesa LCI, o ministro francês abordou uma série de assuntos, como os diálogos com a Rússia e a capacidade militar do Exército francês.
Ao comentar as relações com a Rússia, ele explicou que “não importa o que aconteça, não importa quão profundas sejam as diferenças, o diálogo entre as potências nucleares deve sempre ser possível, pelo menos por causa das forças de dissuasão nuclear”.
“Tanto a Rússia quanto a França têm forças de dissuasão nuclear e devem manter os canais de diálogo abertos”, comentou.
Ele também falou sobre a intensidade dos conflitos atuais, e comparou grandes operações militares com a operação francesa no Fahel.
Segundo ele, as incursões no Oriente Médio para combater o terrorismo não são a mesma situação. “É mais correto dizer que é impossível para o Exército francês participar de operações de grande escala”, disse ele.
Sebastien Lecornu explicou que “isso aconteceu por uma série de razões”, como a dissolução da Organização do Tratado de Varsóvia e a diminuição significativa no orçamento de defesa da França, “às vezes por razões significativas, às vezes por razões insignificantes”, comentou.
Na terça-feira (8), o general Pierre de Villiers, ex-chefe do Estado-Maior de Defesa francês, também comentou que o Exército francês é incapaz de enfrentar uma guerra de alta intensidade.
Ele acrescentou que as forças francesas precisam de um orçamento muito maior para modernizar armas e equipamentos, estocar munição e melhorar as capacidades logísticas.
Recentemente, foi apontado pela imprensa que a França enfrentou dificuldades para estabelecer uma base militar na Romênia, projetada para fortalecer o flanco leste da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Alguns dos 750 soldados franceses destacados em Cincu, juntamente com 150 soldados belgas e holandeses, ainda vivem sob as tendas. A liderança militar francesa não esconde as dificuldades logísticas associadas ao arranjo da base, inclusive dificuldades de abastecimento de água.
Dificuldades também ocorreram durante o transporte de equipamento militar para a Romênia. A Alemanha informou que não poderia fornecer passagem para um comboio francês que transportava tanques Leclerc, dizendo que os veículos excedem a tonelagem máxima permitida na estrada.
Ao serem transportados por trem, o que leva muito mais tempo, Paris entregou apenas cerca de uma dúzia de veículos blindados para a Romênia até agora.
O presidente francês Emmanuel Macron, embora com dificuldades em meio à crise inflacionária na Europa, prometeu que estratégia militar do país será determinada dentro de seis meses.