Exército da França é incapaz de participar de grandes operações militares, alerta ministro


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Em entrevista à emissora francesa LCI, o ministro francês abordou uma série de assuntos, como os diálogos com a Rússia e a capacidade militar do Exército francês.
Ao comentar as relações com a Rússia, ele explicou que “não importa o que aconteça, não importa quão profundas sejam as diferenças, o diálogo entre as potências nucleares deve sempre ser possível, pelo menos por causa das forças de dissuasão nuclear”.
“Tanto a Rússia quanto a França têm forças de dissuasão nuclear e devem manter os canais de diálogo abertos”, comentou.
Ele também falou sobre a intensidade dos conflitos atuais, e comparou grandes operações militares com a operação francesa no Fahel.
Segundo ele, as incursões no Oriente Médio para combater o terrorismo não são a mesma situação. “É mais correto dizer que é impossível para o Exército francês participar de operações de grande escala”, disse ele.
Soldado francês da Operação Barkhane em aeroporto militar no Níger - Sputnik Brasil, 1920, 05.07.2022

Sebastien Lecornu explicou que “isso aconteceu por uma série de razões”, como a dissolução da Organização do Tratado de Varsóvia e a diminuição significativa no orçamento de defesa da França, “às vezes por razões significativas, às vezes por razões insignificantes”, comentou.
Na terça-feira (8), o general Pierre de Villiers, ex-chefe do Estado-Maior de Defesa francês, também comentou que o Exército francês é incapaz de enfrentar uma guerra de alta intensidade.
Ele acrescentou que as forças francesas precisam de um orçamento muito maior para modernizar armas e equipamentos, estocar munição e melhorar as capacidades logísticas.
Recentemente, foi apontado pela imprensa que a França enfrentou dificuldades para estabelecer uma base militar na Romênia, projetada para fortalecer o flanco leste da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).
Soldados dos EUA na Europa - Sputnik Brasil, 1920, 15.10.2022

Alguns dos 750 soldados franceses destacados em Cincu, juntamente com 150 soldados belgas e holandeses, ainda vivem sob as tendas. A liderança militar francesa não esconde as dificuldades logísticas associadas ao arranjo da base, inclusive dificuldades de abastecimento de água.
Dificuldades também ocorreram durante o transporte de equipamento militar para a Romênia. A Alemanha informou que não poderia fornecer passagem para um comboio francês que transportava tanques Leclerc, dizendo que os veículos excedem a tonelagem máxima permitida na estrada.
Ao serem transportados por trem, o que leva muito mais tempo, Paris entregou apenas cerca de uma dúzia de veículos blindados para a Romênia até agora.

O presidente francês Emmanuel Macron, embora com dificuldades em meio à crise inflacionária na Europa, prometeu que estratégia militar do país será determinada dentro de seis meses.

Forças francesas da Operação Barkhane patrulham ruas de Timbuktu, no Mali, em 29 de setembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 16.09.2022

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