Se você acompanha a Autoesporte, já sabe que a Volkswagen prepara o lançamento de seus primeiros carros híbridos no Brasil. Os modelos em questão serão as novas gerações da dupla T-Cross e Nivus, que devem ser produzidas em São Bernardo do Campo (SP) a partir de 2027. Pois agora, apuramos que a fabricante só deve produzir seu motor híbrido flex nacional em 2031, cerca de quatro anos após a estreia do primeiro modelo nacional eletrificado.
A primeira tecnologia da empresa a estrear por aqui será a híbrida leve (MHEV) de 48V, com o motor 1.5 TSI Evo2, uma evolução do 1.4 TSI já convertido para flex. Este será justamente o conjunto que será nacionalizado em 2031, na fábrica de São Carlos (SP), e incluirá a produção tanto o conjunto elétrico, como a transmissão. Até lá, nossa reportagem apurou que os SUVs híbridos nacionais da Volkswagen vão ter motores importados do México.
Atualmente, vale dizer, a fábrica de São Carlos produz mais de 600 mil motores por ano e será preparada para trabalhar com conjuntos eletrificados. Tanto que está prevista uma redução gradual na produção da unidade nos próximos anos até a chegada da família EA211 Evo.
Com essa estratégia, gradualmente, o motor 1.4 TSI, feito na unidade, vai perder espaço para o 1.5 TSI Evo. Autoesporte apurou também que os fornecedores de componentes já trabalham no desenvolvimento do novo motor.
Além do MHEV, o outro conjunto a estrear no Brasil será o sistema híbrido pleno (HEV), que também usará o motor 1.5 TSI Evo2. No entanto, este só deve chegar depois de 2027 e sem previsão de produção nacional no atual ciclo de investimentos de R$ 16 bilhões. Portanto, caso seja feito em São Carlos, será após 2031.
Como já adiantamos, a Volkswagen escolheu a dupla de SUVs T-Cross e Nivus para se tornarem híbridos. O primeiro é chamado de T-Cross NF (nova geração), também conhecido como projeto A-SUV ou VW226, conforme informação apurada pela Mobiauto, e chegará no final de 2027. O segundo é denominado internamente de Nivus NF, projeto Saga ou VW213. Este está previsto para 2028. Ambos usarão a plataforma MQB Evo, derivada do novo T-Roc europeu.
A dupla, dessa forma, marcará a estreia do motor 1.5 TSI Evo2 em território nacional. Também da família EA211, o propulsor opera em ciclo Miller e já será flex quando estrear no mercado brasileiro, podendo aceitar etanol no tanque. Até o momento, não há previsão de uso em um modelo PHEV de produção nacional.
Já utilizado na Europa, o propulsor pode equipar qualquer tipo de veículo a combustão, seja sem eletrificação, com 116 cv, seja híbrido plug-in, de 272 cv. A previsão é de que nos novos T-Cross e Nivus nacionais, esse motor em configuração híbrida leve de 48V tenha cerca de 150 cv de potência e 25,5 kgfm de torque. Já no caso das configurações híbridas plenas, tal qual um Toyota Corolla Cross, entregará aproximadamente 170 cv e 31,6 kgfm.
Esse conjunto híbrido pleno (HEV) deve, a princípio, equipar a versão de topo do novo T-Cross e, futuramente, será aplicado na picape Udara. Para o Nivus e as versões mais básicas do T-Cross, a expectativa é de que a marca aplique apenas o conjunto híbrido leve (MHEV).
A utilização da plataforma MQB Evo do T-Roc, importante dizer, vai permitir que T-Cross e Nivus cresçam de tamanho. Portanto, ambos terão dimensões próximas ao SUV europeu, que mede 4,37 metros de comprimento e 2,63 m de entre-eixos. Essa mesma base, inclusive, também dará origem ao chamado “SUV do Golf”.
Em entrevista exclusiva à Autoesporte, no entanto, o CEO global da Volkswagen, Thomas Schäfer, confirmou que haverá diferenças conceituais importantes entre os futuros modelos brasileiros e o T-Roc europeu.
No processo, o novo T-Cross também deve deixar a fábrica de São José dos Pinhais (PR) para ser produzido na unidade de São Bernardo do Campo (SP) ao lado do Nivus. A unidade paulista já vem sendo preparada pela marca para produzir veículos eletrificados.
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Fonte: direitonews