EXCLUSIVO! Diretor de cadeia usou conta de suposta amante para receber mais de meio milhão do CV


Conteúdo/ODOC – Dados coletados na investigação da Polícia Civil apontam que o diretor da Cadeia Pública de Primavera do Leste, Valdeir Zeliz dos Santos, utilizava a conta de parentes, presos e da amante E.F.N., 27 anos, para receber dinheiro de Janderson Lopes, condenado a 39 anos de prisão e uma das lideranças da facção Comando Vermelho em Mato Grosso.

Conforme a Polícia Civil, entre 1º de fevereiro de 2022 a 6 de novembro de 2023, foram movimentados na conta bancária de E.F.N., entre saída e entrada de recursos, o total de R$ 532.763,82. Além disso, foram apreendidos em poder dela uma camionete VW Amarok branca e um veículo Ônix cinza.

Ela é uma das investigadas na operação La Catedral. Conforme a Polícia Civil, E.F.N. recebeu pagamentos de presos em sua conta corrente, além de valores do diretor da cadeia e de seu irmão, ambos alvos da operação. Os valores movimentados na conta da investigada são superiores à sua capacidade financeira.

Além disso, foram identificados vários depósitos fracionados para não chamar a atenção das instituições financeiras, em atividade típica de lavagem de capitais. O irmão dela que ficou detido na cadeia de Primavera do Leste, também fez depósitos na conta bancária dela.

A Operação La Catedral foi deflagrada na terça-feira (7) e cumpriu 132 ordens judiciais entre prisões preventivas, buscas e apreensões, bloqueios de contas bancárias, além de sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados. A investigação apura os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de capitais e facilitação de saída de pessoa presa para atividades ilegais.

Um dos principais alvos da investigação é Janderson dos Santos Lopes. Apesar de estar detido em regime fechado na Cadeia Pública de Primavera do Leste, ele tinha total liberdade para continuar com suas atividades criminosas lideradas a partir da cadeia pública porque só ia até a unidade apenas para dormir.

Venda de benefícios aos presos

Mesmo sendo alvo de duas operações anteriores da Polícia Civil para combater o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro – Três Estados e Red Money – e condenado a 39 anos de prisão, em pouco mais de um ano de sua transferência para a cadeia de Primavera do Leste, Janderson adquiriu um considerável patrimônio, incluindo a abertura de empresas; compra de uma frota de caminhões com reboques e semirreboques; imóveis em Cuiabá, Primavera do Leste e Poxoréu; e veículos de luxo para ele e para sua esposa, que também foi presa. Além disso, ele ostenta em rede social uma vida de alto padrão, compartilhando imagens de seus caminhões, carros, construções imobiliárias e também de gado bovino, como se fosse um cidadão livre.

A equipe de investigação apurou que o criminoso tinha autorização judicial para trabalhar externamente e frequentar a faculdade em Primavera do Leste, mas não comparecia ao trabalho e nem às aulas do curso.

No inquérito ainda foi relatada a existência de um esquema de corrupção na venda de benefícios dentro da unidade prisional que incluíam, principalmente, a autorização de trabalho externo e alojamento privilegiado na cadeia.

Entre os pagamentos de propinas para o diretor da cadeia pública foi apurado que Janderson Lopes teria transferido R$ 20 mil, por intermédio de outras pessoas, para conseguir trabalho externo. Além dele, outros presos também teriam feito pagamentos para o trabalho extramuros.

Fonte: odocumento

Anteriores Carreta dos Correios que transportava doações para o Rio Grande do Sul sofre acidente em rodovia de São Paulo
Próxima Após tensão com Congresso, Lula elogia Lira: “Me ajudou muito”