Exclusivo: chinesa Avatr vem ao Brasil com SUV elétrico que roda 1.000 km


Não perca as contas. No último ano, quatro marcas chinesas chegaram ao Brasil. Instalaram-se por aqui Zeekr, Omoda Jaecoo, GAC, e Neta, que inclusive já parece estar de saída. Mais três já confirmaram início das vendas para os próximos meses. Autoesporte acaba de descobrir que esse número vai subir ainda mais com a chegada de outra fabricante chinesa do país: a Avatr.

É a Avatr, marca de carros de luxo que vem testando seus veículos no Brasil ao menos desde janeiro. Autoesporte apurou que o objetivo é iniciar as vendas em agosto de 2025. Ou seja, em cerca de três meses. Um tempo curto, considerando toda a complexidade de lançar uma marca partindo do zero. Mas, como já vimos com outras marcas do mesmo país, os chineses parecem sempre ter pressa.

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Um dos trunfos é que, em vez de ter uma operação própria, como fazem BYD, GWM e outras marcas, a Avatr terá um parceiro brasileiro. Segundo nossas apurações, a representante deve ser a Caoa, que há mais de 30 anos trabalha com esse tipo de operação no Brasil.

Procurada, a empresa não confirmou nem negou a informação. Em nota, disse apenas que “tem uma política de sigilo judicial que não permite comentar planos de negócios, futuros lançamentos ou tratativas de projetos subsequentes”.

Vale lembrar que a Caoa foi a responsável por lançar no Brasil marcas como Renault, Subaru e Hyundai, além de ter concessionárias Ford e ser sócia em igualdade de condições na operação da Caoa Chery no Brasil.

Com a Avatr, a Caoa entraria em um segmento de luxo, podendo inclusive aproveitar parte das instalações da rede Caoa Chery em bairros mais abastados. Afinal, as duas marcas não devem competir. Além disso, poderia aproveitar as instalações da fábrica de Anápolis (GO) para produzir veículos localmente e fugir dos impostos para veículos eletrificados.

A ideia da Avatr é lançar no Brasil uma linha completa de veículos. O primeiro deles é o 11, topo de gama da empresa e exatamente o modelo que tem sido visto rodando pelas ruas de São Paulo. Estamos falando de um SUV cupê elétrico com pegada de fastback. As proporções robustas e as grandes rodas de 21 polegadas conferem o visual no mesmo estilo do finado Jaguar E-Pace.

O porte do Avatr 11 é grande. São 4,88 metros de comprimento, 1,97 m de largura, 1,60 m de altura e impressionantes 2,97 m de distância entre-eixos. Por mais que aparente ser menor nas imagens, talvez pela área envidraçada lateral enxuta, seu tamanho é próximo ao do novo BMW X6. Já o porta-malas tem 470 litros de capacidade, contra 580 l do SUV alemão.

Partindo para a cabine, o Avatr 11 tem três telas de alta resolução, sendo duas de 10,2’’ (painel de instrumentos e passageiro dianteiro) e outra de 15,6’’ (central multimídia e controles do ar-condicionado). As versões mais caras disponíveis no mercado chinês têm sistema de som premium com 14 alto-falantes e função de cancelamento de ruído.

Depois do 11, devem chegar outros três modelos com nomes formados apenas por numerais: o sedã 06, o SUV 07 e o sedã com estilo cupê 12. Na China, todos têm versões elétricas ou elétricas com extensor de autonomia, sistema conhecido como REEV ou EREV, e que também pode ser chamado de híbrido em série.

Na China, o Avatr 11 é vendido em cinco versões, sendo quatro elétricas com tração integral e uma EREV com um motor elétrico e outro a gasolina, atuando apenas como gerador. Neste caso, a autonomia combinada passa de 1.000 km. Nas demais, com baterias de até 116,8 kWh, o alcance pode chegar a 815 km, no sempre otimista padrão chinês.

A configuração que roda no Brasil traz dois motores elétricos, que, somados, desenvolvem 547 cv de potência e 70 kgfm de torque combinados. Pisando fundo, vai de 0 a 100 km/h em 3,9 segundos.

Na China, considerando a conversão direta do yuan, os preços começam em R$ 227 mil na versão de entrada, EREV, e chegam aos R$ 340 mil em uma configuração de ultra luxo com apenas quatro lugares. As opções intermediárias ficam na casa dos R$ 290 mil.

Os modelos de maior volume da Avatr, no entanto, devem ser o 06 e o 07, que partem, também na conversão, de uma faixa de preços de R$ 165 mil, considerando versões EREV. São modelos de grande porte, acima de 4,80 metros de comprimento. Além do visual exótico e do refinamento, são conhecidos pelo vasto arsenal de tecnologias de assistência à condução.

Isso porque a Avatr, ainda desconhecida para a maioria dos brasileiros, nasceu da fusão de três gigantes chinesas: a montadora Changan, a CATL, maior fabricante de baterias do mundo, e a Huawei, gigante da tecnologia.

Logo, todos os veículos saem com o pacote de assistências da Huawei, que usa dezenas de câmeras, radares e sensores para monitorar o que acontece em volta e prevenir o veículo de se envolver em acidentes.

Ainda que a Avatr chegue ao Brasil pela Caoa, uma fonte ligada à marca afirmou que a operação será totalmente independente da Changan, que também está preparando sua volta ao Brasil, conforme Autoesporte noticiou em janeiro deste ano, porém com operação própria para um ingresso daqui a dois ou três anos.

Ou seja, aquela conta das fabricantes chinesas por aqui citada no início do texto ficará obsoleta muito em breve…

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Fonte: direitonews

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