Via @diariodonordeste | O advogado Francisco Di Angelis Duarte de Morais, de 41 anos, assassinado a tiros em Fortaleza em maio deste ano, estaria sendo monitorado pelos criminosos – inclusive com uso de um rastreador – dias antes do crime. Três suspeitos foram indiciados pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) pelo homicídio.
A reportagem do Diário do Nordeste apurou que policiais civis da 6ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) descobriram que dois homens estiveram, em um carro, no local de trabalho de Francisco Di Angelis, uma torre empresarial no bairro Edson Queiroz, em busca de saber qual era o veículo do advogado, na manhã de 24 de abril deste ano.
Os dois homens informaram a funcionários do empreendimento que tinham interesse em comprar o carro. Um deles foi reconhecido por testemunhas como o ex-policial militar José Luciano Souza de Queiroz – que está preso preventivamente e foi indiciado pelo homicídio ocorrido no dia 6 de maio último.
Ao descobrir que dois homens procuraram pelo seu veículo, Di Angelis conversou com funcionários da torre empresarial e negou que estivesse vendendo o seu automóvel. O advogado ficou preocupado e perguntou sobre as imagens das câmeras de monitoramento do empreendimento.
PERÍCIA ENCONTROU RASTREADOR NO VEÍCULO
Após o crime, uma perícia técnica realizada pela Perícia Forense do Ceará (Pefoce) no veículo de Francisco Di Angelis Duarte de Morais descobriu que o carro era monitorado por um rastreador, que estava instalado nas proximidades da roda traseira direita do automóvel.
A reportagem confirmou que o ex-PM José Luciano Souza de Queiroz, de 43 anos, admitiu, em depoimento prestado ao DHPP, que esteve na torre empresarial onde o advogado trabalhava e que colocou um rastreador no seu automóvel, com apoio do também ex-policial militar Glauco Sérgio Soares Bonfim, 51 – que também foi preso e indiciado pelo homicídio.
Entretanto, Luciano negou que tenha matado Francisco Di Angelis e que conheça o autor do crime. O ex-PM alegou que realizou a instalação do rastreador por acreditar que “era um serviço relativo a ‘boina'”, ou seja, traição em um relacionamento amoroso. O suspeito disse também que não conhecia quem o contratou, mas aceitou o serviço por R$ 1 mil.
Já Glauco Sérgio preferiu exercer seu direito constitucional de se manter em silêncio, na Delegacia, e afirmou que irá se manifestar somente em juízo.
EMPRESÁRIO É APONTADO COMO MANDANTE DO CRIME
O empresário do ramo de saúde e de combustíveis Ernesto Wladimir Oliveira Barroso, de 42 anos, e os ex-policiais militares, Glauco Sérgio Soares Bonfim, de 51 anos; e José Luciano Souza de Queiroz, de 43 anos, foram indiciados pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE) pela morte do advogado Francisco Di Angelis Duarte de Morais, de 41 anos.
O crime ocorreu no dia 6 de maio deste ano, no bairro Parquelândia, em Fortaleza. Conforme as investigações do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), os dois ex-militares são os executores do crime e Ernesto Oliveira, o mandante.
As prisões temporárias dos três suspeitos, realizadas no dia 15 de junho último, foram convertidas em prisões preventivas pelo Poder Judiciário, segundo a PC-CE.
A Polícia Civil destacou que Glauco Bonfim tem antecedentes criminais por posse irregular de arma de fogo e José Luciano Souza de Queiroz já responde pelos crimes de homicídio, porte ilegal de arma de fogo e lesão corporal.
A motivação do crime não foi divulgada pela Polícia Civil.
CUMPRIMENTO DE MANDADOS JUDICIAIS
A Polícia Civil cumpriu mandados de prisão e de busca e apreensão, contra os três suspeitos. “No dia 15 de junho, além do cumprimento dos mandados de prisão, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos endereços dos suspeitos em Fortaleza, Caucaia, Eusébio e Aquiraz”, lembrou a Instituição.
“Durante as buscas, foi apreendida uma arma de fogo, além de munições, drogas, aparelhos celulares e dois veículos. À época, as prisões foram realizadas pela pela 6ª Delegacia do DHPP e tiveram o apoio do Departamento de Inteligência Policial (DIP) e da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE), da PC-CE; além da Coordenadoria de Inteligência (Coin), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS)”, acrescentou.
Outro mandado de busca e apreensão foi cumprido pela Polícia Civil contra um PM da ativa (que não teve a identidade revelada), em julho deste ano. Entretanto, o agente de segurança não foi indiciado, com a conclusão do Inquérito Policial.
Por Messias Borges, messias.borges@svm.com.br
Fonte: @diariodonordeste