Em entrevista à CNN Brasil, o economista e ex-diretor do Banco Central (BC), Tony Volpon, disse que a quebra da Americanas pode afetar o mercado financeiro brasileiro mais do que o projetado em um primeiro momento.
De acordo com ele, o impacto da crise envolvendo a empresa é capaz de encaminhar todo o país para uma recessão.
“O evento Americanas me parece, hoje, não ser somente algo delimitado a uma empresa [a Americanas] ou a um setor [o varejo] ou a um setor do mercado financeiro [o de crédito privado]”, disse Volpon.
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“Pelas ramificações e efeitos que teve, acho que virou um fator macroeconômico sistêmico”, continuou.
O economista afirmou que a crise na Americanas pode engatilhar uma recessão similar ao que aconteceu em 2008, com a falência do banco Lehman Brothers, e a queda na bolsa da Nasdaq em 2000 pelo estouro da bolha da internet.
O efeito inicial do pedido de recuperação judicial da varejista, segundo Volpon, foi provocar um receio nos bancos a conceder crédito.
De acordo com ele, essa restrição seria um dos motivos para que o BC comece a reduzir a Selic, taxa básica de juros, nas próximas reuniões do Copom. Hoje, a taxa está em 13,75%, o maior patamar desde 2016.
“A posição do Banco Central hoje é bastante restritiva, com razão. Em um cenário normal, se me perguntassem se ele tem que cortar os juros já nas próximas reuniões, eu diria que não. Mas temos um fato novo no cenário”, afirmou o economista à emissora.
“Se, de fato, o evento Americanas tem essas ramificações sistêmicas, a perspectiva de queda da inflação futura aumenta, porque há uma possibilidade de desaceleração mais forte da atividade […]. É, portanto, o argumento para acelerar o início do processo de corte de juros”, disse Volpon.
Fonte: gazetabrasil