De acordo com o Financial Times (FT), a nova estratégia de segurança interna da União Europeia (UE) propõe ampliar os poderes da aplicação da lei para combater ataques híbridos, aumentando as habilidades do bloco para combater o terrorismo e o crime organizado, impor sanções e obter acesso a informações bancárias.
A mudança, que visa integrar melhor as várias organizações de segurança interna da UE, ocorre enquanto o continente simultaneamente se move para aumentar suas capacidades de defesa para combater ameaças externas e reduzir sua dependência do apoio dos EUA.
Segundo o FT, Estados estrangeiros usam o crime como um serviço e criminosos como representantes para se infiltrar e interromper infraestrutura crítica e cadeias de suprimentos, roubar dados confidenciais e se posicionar para a interrupção máxima no futuro. Dadas essas circunstâncias, a capacidade da União de antecipar, prevenir e responder a ameaças à segurança precisa ser atualizada.
A estratégia propõe estender o regime de sanções da UE, que atualmente tem como alvo terroristas e outros atores estrangeiros, para redes criminosas. Além disso, sugere estabelecer um novo sistema em toda a UE para rastrear os lucros do crime organizado e o financiamento do terrorismo, dando às autoridades policiais maior acesso às transações bancárias de suspeitos.
Algumas das medidas, incluindo aquelas que tornam os poderes antiterrorismo aplicáveis a outras questões de segurança doméstica, podem ser resistidas por governos de mentalidade mais liberal, mas visam facilitar o acesso a comunicações e dados on-line para o compartilhamento de informações mais críticas entre “terceiros países confiáveis”.
Embora as propostas possam levantar preocupações de defensores da privacidade, a comissão argumenta que as novas medidas são necessárias porque a polícia tem ficado para trás de criminosos que podem escapar do escrutínio usando comunicação criptografada e outras ferramentas de alta tecnologia.
Além de dar às autoridades policiais maior acesso aos dados, a comissão quer equipar a polícia com melhores ferramentas técnicas e inteligência artificial (IA). A Europol será transformada em uma agência policial verdadeiramente operacional, reformulando seu mandato para cobrir novas ameaças à segurança, como sabotagem, ameaças híbridas e desinformação e pretende triplicar a equipe de sua agência de fronteira Frontex para 30.000 agentes.
Fonte: sputniknewsbrasil