EUA percebem que desafios para conter China-Rússia vêm de seus próprios aliados, diz mídia americana


Essa semana foi de crise para a Casa Branca em diversos setores. Internamente, a derrubada histórica do presidente da Câmara dos Representantes Kevin McCarthy mexeu com as estruturas do país, visto que essa foi a primeira vez na história dos EUA que um líder da Câmara é deposto.
Ao mesmo tempo, desde o começo da operação russa na Ucrânia, parlamentares decidiram cortar verba de ajuda militar para Kiev, algo que vai totalmente contra as diretrizes do governo e até fez com que o presidente, Joe Biden, ligasse para aliados da OTAN para tentar tranquilizá-los sobre o apoio à Ucrânia.
Entretanto, os assuntos internos se juntam a outros externos e, repetidamente, Washington está descobrindo que os maiores desafios ao seu esforço para conter a China e a Rússia vêm dos seus próprios parceiros espinhosos, escreve a Bloomberg.
A Índia, que os estadunidenses cortejaram como contrapeso econômico e político à China, está comprando grande parte do petróleo russo. Além do mais, a briga de Nova Deli com o Canadá, devido ao assassinato de um ativista sikh, colocou os EUA em uma posição extremamente embaraçosa.
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, oferece um brinde durante um jantar de estado com o presidente Joe Biden na Casa Branca em Washington, 22 de junho de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 28.06.2023

Já pelo Oriente Médio, Biden, que outrora evitou a Arábia Saudita, investiu recentemente capital político em um grande acordo que levaria Riad a formalizar os laços com Israel em troca de garantias de segurança dos norte-americanos.
Preocupado que o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman se volte para Pequim para construir e fornecer as suas usinas nucleares, os EUA estão considerando formas de acomodar a exigência saudita de que lhe seja permitido enriquecer urânio a nível interno.
Os diálogos alimentaram um debate furioso sobre até que ponto Washington pode distorcer as regras de não proliferação para satisfazer o seu aliado – um debate que, ainda esta semana, alargou o seu conluio com a Rússia para sustentar os preços do petróleo, apesar dos repetidos apelos de um presidente americano ansioso por moderar os custos da gasolina antes de um ano eleitoral.
Joe Biden, presidente dos EUA, embarca no avião presidencial Air Force One antes de partir do Aeroporto Internacional King Abdulaziz, Jeddah, Arabia Saudita, 16 de julho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 30.09.2023

Mas é com a Turquia que anos de tensões podem estar a chegar ao auge: os EUA abateram esta semana um drone turco sobre a Síria, em um raro exemplo de conflito direto. Ancara, uma aliada estadunidense da OTAN, também mantém laços estreitos com a Rússia.
O presidente Recep Tayyip Erdogan há muito critica o apoio estadunidense aos combatentes curdos na Síria, que Ancara diz estarem ligados a militantes no país. É uma questão que complica os esforços para expandir a aliança de defesa.
Ontem (6), em um telefonema, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, disse ao secretário de Estado estadunidense, Antony Blinken, com expressões fortes que “os EUA, como aliado, deveriam parar de trabalhar com a organização terrorista YPG no norte da Síria”, conforme noticiado.
Além disso, há o imbróglio envolvendo os caças F-16 requisitados há muito tempo pelos turcos e que o Senado norte-americano não libera a venda e ao mesmo tempo o bloqueio da Turquia ao ingresso da Suécia na OTAN, uma das metas da diplomacia estadunidense para ter mais um aliado contra Pequim e Moscou na aliança militar.
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, discursa na 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas na sede da ONU na cidade de Nova York, em 19 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 26.09.2023

A Bloomberg escreve que, para Biden, veterano da política externa, essas tensões são um lembrete de que os centros globais de poder estão mudando e os ventos soprando não necessariamente a favor de Washington.

Fonte: sputniknewsbrasil

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