Neste contexto, a Sputnik decidiu conversar com interlocutores que conhecem a situação da melhor forma possível. Seguem as análises das nossas fontes para entender o que está acontecendo nesse país.
Hafel Ibrahim, um dos comandantes das Forças Democráticas da Síria curdas, disse à Sputnik que essas manobras do Exército dos EUA estão ligadas à redução do número de tropas americanas até o número que havia antes da queda do governo do ex-presidente sírio Bashar al-Assad.
Segundo ele, após a ocupação de Damasco pelo Hayat Tahrir al-Sham, as Forças Armadas dos EUA reforçaram seu contingente no nordeste da Síria, temendo a escalada da situação.
Ibrahim acrescentou que o número de tropas dos EUA no nordeste da Síria chegou a quase 2.000 nos últimos quatro meses, com os EUA continuando a fornecer apoio militar às Forças Democráticas da Síria por meio de exercícios e logística, e os Estados Unidos podem realocar as forças adicionais e retirar algumas para o Curdistão iraquiano.
Por sua vez, o cientista político Ahmed al-Ali observou que a situação militar e política no terreno não suporta a retirada das tropas dos Estados Unidos da Síria, pois a presença dos EUA está ligada à luta contra o Daesh (organização terrorista proibida na Rússia e em vários outros países), cuja ameaça persiste.
Além disso, o cientista destacou que o Hayat Tahrir al-Sham tem milhares de combatentes estrangeiros nas suas fileiras e os EUA os consideram uma ameaça para a segurança na região.
“Uma das condições dos EUA para aliviar as sanções ao novo governo de Damasco era livrar-se desses grupos estrangeiros“, enfatizou.
Assim, finalizou Ahmed al-Ali, um dos principais motivos para a presença das tropas dos EUA na área é impedir a expansão de grupos leais ao Irã do Iraque para a Síria, enquanto o acordo proposto entre os EUA e o Irã poderia afetar a retirada planejada e gradual das tropas dos EUA, dada a situação no terreno.
Fonte: sputniknewsbrasil