EUA avaliam substituir tropas na Europa por unidades de drones móveis e mais econômicas, diz mídia


Desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o Exército dos EUA foi estruturado para defender a Europa, com foco em brigadas mecanizadas pesadas. Apesar de envolvimentos em conflitos no Sudeste Asiático e no Oriente Médio, essa configuração permaneceu como núcleo da força. No entanto, com a mudança de foco estratégico — primeiro para a Ásia sob Barack Obama (2009-2017) e depois para o Pacífico e o Hemisfério Ocidental sob Donald Trump — surge a necessidade de repensar o papel de um Exército moldado para um teatro europeu que já não é prioritário.
De acordo com o Defense News, a proposta do especialista Benjamin Jensen é substituir grandes guarnições por forças expedicionárias baseadas em drones. Segundo ele, unidades mistas compostas por veículos aéreos não tripulados (VANTs) e pequenos contingentes humanos poderiam ser mobilizadas com mais rapidez e a um custo menor, mantendo a capacidade de combate e fortalecendo a cooperação com aliados europeus.
Nesse modelo, os países europeus da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) continuariam fornecendo armamentos tradicionais — como tanques e veículos blindados — enquanto os EUA contribuiriam com drones de ataque, reconhecimento e guerra eletrônica. Jensen sugere, por exemplo, um batalhão rotacional de 250 soldados operando em conjunto com 500 drones de visão em primeira pessoa (FPV, na sigla em inglês) e octocópteros, capazes de entrar em ação rapidamente e se retirar com igual agilidade.
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A ideia de substituir tropas por drones não é nova, mas Jensen a reformula com base no conceito econômico de “substituição”: trocar um recurso por outro de valor equivalente, porém mais barato. Ele defende que, em certos contextos, drones podem substituir plataformas terrestres tradicionais, oferecendo mobilidade, flexibilidade e alcance ampliado — especialmente em cenários como uma suposta invasão russa — alegações refutadas inúmeras vezes pelo Kremlin.
Essa lógica também se aplica ao design dos drones. O especialista militar argumenta que, se forem facilmente reconfiguráveis para diferentes funções — como coleta de inteligência, guerra eletrônica ou ataque —, um único modelo pode cumprir múltiplas tarefas, reduzindo a necessidade de plataformas especializadas. Ele defende ainda o uso contínuo de drones MALE, como o MQ-1C Gray Eagle, apesar das críticas sobre custo e vulnerabilidade.
Embora a Iniciativa de Transformação do Exército já contemple o uso de drones de pequeno porte, Jensen propõe expandir essa visão para as forças da reserva. Unidades da Guarda Nacional e da aviação do Exército poderiam ser reaproveitadas como formações de VANTs reduzindo custos e aumentando a capacidade de resposta rápida. Isso permitiria manter presença estratégica sem depender de grandes contingentes permanentes.
Ainda segundo a apuração, o especialista afirma que a adoção de brigadas móveis de drones pode redefinir a lógica da dissuasão militar, o que também se aplicaria ao Pacífico, onde a distância favorece unidades transportáveis e multifuncionais, mais alinhadas com os desafios do século XXI.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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