Estudos revelam particularidades sobre motivos da derrota de Napoleão na Rússia


Uma recente análise do DNA de alguns dos soldados mortos realizada pelo Instituto Pasteur, na França, conseguiu ir além, com novas evidências que apoiam a teoria de que doenças infecciosas foram uma das causas do colapso da campanha, além de outros fatores.
Ao extraírem o DNA dos dentes de 13 soldados, identificaram duas principais doenças: responsáveis pela febre paratifoide e pela febre recorrente. O estudo foi publicado na revista Current Biology neste sábado de 2025.
Os soldados foram exumados em Vilnius, na Lituânia, em 2002, durante escavações conduzidas pela equipe da Universidade Aix-Marseille especializada em arqueoantropologia.
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A pesquisa identificou as assinaturas genéticas de dois agentes infecciosos: Salmonella enterica subsp. enterica (sorovar Paratyphi C), responsável pela febre paratifoide, e Borrelia recurrentis, responsável pela febre recorrente.
Embora sejam doenças diferentes, ambas podem causar sintomas semelhantes, como febre alta, fadiga e problemas digestivos. Sua presença simultânea pode ter contribuído para o agravamento do estado dos soldados, já enfraquecidos pelo frio, pela fome e pela falta de saneamento.
O estudo fornece a primeira evidência genética desses dois agentes infecciosos em grande parte inesperados, embora seu papel exato no alto número de mortes durante a retirada da Rússia ainda seja desconhecido.

“Acesso aos dados genômicos dos patógenos que circularam em populações históricas nos ajuda a compreender como as doenças infecciosas evoluíram, se espalharam e desapareceram ao longo do tempo, e a identificar os contextos sociais ou ambientais que influenciaram esses processos. Essas informações nos fornecem percepções valiosas para entender e combater melhor as doenças infecciosas hoje”, comentou o chefe da Unidade de Paleogenômica Microbiana do Institut Pasteur e autor sênior do estudo.

A confirmação da presença dessas duas bactérias ocorre após um estudo anterior ter identificado o agente do tifo e o agente da febre das trincheiras, patógenos associados à retirada, segundo relatos históricos.
Dado o baixo número de amostras analisadas em comparação com os milhares de corpos encontrados, é impossível determinar em que medida esses patógenos contribuíram para a altíssima mortalidade observada.
Para alcançar esses resultados, a equipe trabalhou em colaboração com cientistas da Universidade de Tartu, na Estônia.
A campanha russa liderada por Napoleão em 1812 culminou em uma retirada devastadora do exército francês, e permitiu que o exército russo retomasse o controle de Moscou, representando um duro golpe para a estratégia do imperador.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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