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Pesquisadores de Taiwan descobriram que o benzoato de sódio, um composto produzido pelo corpo ao metabolizar o ácido cinâmico presente na canela, pode melhorar a função cognitiva em pessoas com Alzheimer leve. A descoberta traz novas perspectivas para o tratamento da doença, que afeta principalmente idosos com 65 anos ou mais.
No estudo, pacientes que receberam cápsulas de 750 mg ou 1.000 mg de benzoato de sódio durante 24 semanas apresentaram redução significativa nas placas de amiloide, proteínas que se acumulam no cérebro e estão associadas à perda de memória e funções executivas. Aqueles com níveis mais altos de amiloide-beta 1–42 no sangue antes do início do tratamento apresentaram maior melhora cognitiva. Pacientes que receberam placebo não apresentaram esses efeitos.
O benzoato de sódio mostrou-se seguro e bem tolerado, com efeitos colaterais semelhantes aos do placebo. O ácido cinâmico da canela também atua como antioxidante, reduzindo inflamações, protegendo o DNA e auxiliando no metabolismo de gorduras.
Segundo os pesquisadores, tratamentos atuais que miram as proteínas amiloides podem retardar o declínio cognitivo, mas envolvem riscos elevados, custos altos e infusões intravenosas complexas. “Devido à sua segurança e administração conveniente, o benzoato de sódio tem potencial para ser um novo medicamento redutor de amiloide-beta para Alzheimer”, afirmam.
O estudo recrutou 149 participantes com Alzheimer leve, com idades entre 50 e 100 anos. Todos apresentavam níveis elevados de amiloide-beta no sangue. Os voluntários foram divididos em grupo placebo e três grupos que receberam doses diárias de benzoato de sódio de 500 mg, 750 mg ou 1.000 mg.
A função cognitiva foi avaliada ao longo de 24 semanas por meio da Alzheimer’s Disease Assessment Scale-Cognitive Subscale, padrão em testes clínicos de Alzheimer, que indica que pontuações mais baixas refletem melhor desempenho cognitivo. Os exames de sangue antes e após o estudo confirmaram que as doses mais altas de benzoato de sódio reduziram significativamente os níveis de amiloide-beta 1–40 e amiloide-beta total.
Um ponto importante foi que pacientes com níveis mais altos de amiloide-beta 1–42 no início do estudo apresentaram melhora cognitiva mais significativa, efeito não observado no grupo placebo, indicando que os resultados são específicos do tratamento derivado da canela.
Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores alertam para limitações do estudo, como tamanho moderado da amostra, duração de 24 semanas e foco em população Han taiwanesa, o que pode limitar a generalização. O mecanismo exato de ação do benzoato de sódio ainda não foi confirmado.
Pesquisas anteriores já apontavam benefícios da canela em Alzheimer. Estudos com camundongos indicaram que a canela pode reverter alterações prejudiciais no hipocampo, centro de memória do cérebro, e análises recentes realizadas na China e no Brasil mostraram que o benzoato de sódio reduz a formação de proteínas tau, cujos emaranhados levam à morte de neurônios.
O estudo foi publicado na revista Translational Psychiatry e reforça a possibilidade de que compostos naturais presentes na canela possam proteger as células cerebrais e melhorar a memória em pacientes com Alzheimer.
Fonte: gazetabrasil