Um estudo publicado na revista científica Jama na segunda-feira (24/10) aponta a idade limite na qual um fumante deve abandonar o vício caso não queira elevar seu risco de morte precoce.
O trabalho foi realizado por pesquisadores da Sociedade Americana do Câncer, da Universidade de Oxford e da Universidade Nacional da Malásia analisando informações de saúde de cerca de 550 mil adultos dos Estados Unidos.
De acordo com os pesquisadores, fumantes que abandonam o cigarro até os 35 anos terão taxas de mortalidade semelhantes a de pessoas que nunca fumaram. Já os que interrompem o vício em idades mais avançadas também terão benefícios, mas não tão substanciais.
Dobro de mortalidade
A pesquisa mostra, por exemplo, que as pessoas que deixam de fumar entre os 35 e os 44 anos apresentam um risco de morte 21% maior do que as pessoas que nunca fumaram. Na faixa etária seguinte, dos 45 aos 54 anos, a taxa de mortalidade é 47% maior entre os fumantes do que entre os que nunca fumaram.
“Entre homens e mulheres de diversos grupos raciais e étnicos, o tabagismo atual foi associado a pelo menos o dobro da taxa de mortalidade por todas as causas (em comparação a) nunca fumar”, afirmam os autores do estudo. “Parar de fumar, particularmente em idades mais jovens, foi associado a reduções substanciais no excesso relativo de mortalidade associado ao tabagismo contínuo”, afirmam os autores.
Doenças associadas
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, o tabagismo está relacionado ao desenvolvimento de aproximadamente 50 enfermidades, dentre as quais vários tipos de câncer – leucemia, de bexiga, de pâncreas, de fígado, do colo do útero, de esôfago, nos rins, laringe, faringe, boca, pulmão e estômago -, doenças do aparelho respiratório e doenças cardiovasculares.
Há ainda outros problemas de saúde que também estão associados ao tabagismo: úlcera do aparelho digestivo, osteoporose, catarata, patologias buco-dentais, impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, menopausa precoce e complicações na gravidez.

O câncer de pulmão é o segundo mais comum em homens e mulheres no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), cerca de 13% de todos os casos novos são nos órgãosGetty Images

No fim do século XX, o câncer de pulmão se tornou uma das principais causas de morte evitáveis no mundoGetty Images

O tabagismo é a principal causa. Cerca de 85% dos casos diagnosticados estão associados ao consumo de derivados de tabacoGetty Images

A mortalidade entre fumantes é cerca de 15 vezes maior do que entre pessoas que nunca fumaram, enquanto entre ex-fumantes é cerca de quatro vezes maiorGetty Images

A exposição à poluição do ar, infecções pulmonares de repetição, doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema pulmonar e bronquite crônica), fatores genéticos e história familiar de câncer de pulmão também favorecem o desenvolvimento desse tipo de câncerGetty Images

Outros fatores de risco são: exposição ocupacional a agentes químicos ou físicos, água potável contendo arsênico, altas doses de suplementos de betacaroteno em fumantes e ex-fumantesGetty Images

Os sintomas geralmente não ocorrem até que o câncer esteja avançado. Porém, pessoas no estágio inicial da doença já podem apresentar tosse persistente, escarro com sangue, dor no peito, pneumonia recorrente, cansaço extremo, rouquidão persistente, piora da falta de ar, diminuição do apetite e dificuldade em engolirGetty Images

O diagnóstico do câncer no pulmão é feito com a avaliação dos sinais e sintomas apresentados, o histórico de saúde familiar e o resultado de exames específicos, como a radiografia do tórax, tomografia computadorizada e biópsia do tecido pulmonarGetty Images

Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos linfonodos, o tratamento é feito com radioterapia e quimioterapia ao mesmo tempoGetty Images

Em pacientes que apresentam metástases a distância, o tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvoGetty Images

A cirurgia, quando possível, consiste na retirada do tumor com uma margem de segurança, além da remoção dos linfonodos próximos ao pulmão e localizados no mediastino. É o tratamento de escolha por proporcionar melhores resultados e controle da doença Getty Images
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