Nesta sexta-feira (23/9) é comemorado o Dia Mundial de Combate ao Estresse. A data foi escolhida para alertar a população sobre a importância de rever hábitos cotidianos que provocam sintomas que afetam tanto o cérebro quanto o corpo.
Todas as pessoas experimentam o estresse em algum grau. Ele é uma resposta rápida do corpo humano a qualquer coisa que exija atenção ou ação. Porém, quando em excesso, pode comprometer o funcionamento adequado de uma série de órgãos vitais, como o coração e rins, com reflexos na pele, cabelo, dentes e metabolismo, por exemplo.
De acordo com a médica nefrologista Caroline Reigada, especialista em medicina intensiva e interna/clínica, os prejuízos do estresse crônico são consequência do descontrole hormonal causado principalmente pelo desequilíbrio nos níveis de cortisol, hormônio secretado pelas glândulas adrenais localizadas sobre os rins quando o corpo está em situação de “lutar ou correr”.
Veja como o estresse prejudica o corpo humano:
Pele
O estresse é um grande inimigo da saúde da pele. O hormônio cortisol está relacionado à potencialização do estado inflamatório contínuo do órgão, processo que reduz o tempo de vida e a atividade das células, contribuindo para o surgimento precoce de sinais da idade, como rugas e flacidez.
O cortisol também estimula a produção dos hormônios andrógenos e aciona as glândulas sebáceas, aumentando a produção de oleosidade da pele. A combinação leva ao entupimento dos poros e surgimento de cravos e espinhas. A dermatologista Paola Pomerantzeff, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explica que a baixa imunidade e o excesso de queratina associados ao estresse favorecem ainda a proliferação de bactérias relacionadas à acne.
Cabelo
A queda de cabelo e o aparecimento de fios brancos também estão associados aos níveis altos de cortisol no organismo. O processo inflamatório causado pelo hormônio pode até impedir o crescimento dos fios.
Dentes e gengiva
O efeito inflamatório do estresse também tem consequências diretas na saúde bucal. Os hormônios produzidos pelo organismo nesses momentos, como o cortisol e a adrenalina, podem contribuir para o surgimento de doenças periodontais.
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Circulação
Diante de uma situação de estresse, o corpo reage com a liberação de cortisol e adrenalina e o fluxo sanguíneo diminui. Este processo desencadeia prejuízos em algumas funções corporais, com sintomas como frieza ou dormência nas mãos e pés devido à insuficiência de sangue chegando nas extremidades; tom azulado ou arroxeado nas pernas, principalmente em pessoas de pele clara; ressecamento da pele, quebra das unhas e dos cabelos, além de cicatrização mais lenta de feridas e arranhões em diabéticos.
“A inflamação gerada pelo cortisol também pode fazer com que os vasos sanguíneos sofram com lesões que podem reduzir o calibre das veias e artérias, aumentando o risco de hipertensão e trombose”, afirma a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.
Coração
O estresse também tem efeito direto no coração, aumentando o risco de hipertensão, doenças cardiovasculares e diabetes provocadas pela elevação da pressão arterial, a aceleração da frequência cardíaca e o aumento dos níveis de gorduras e açúcar no sangue.
Rins
As reações do estresse podem ser ainda mais graves para as pessoas que sofrem de doenças renais e cardiovasculares. A nefrologista Caroline explica que o estresse crônico provoca a excreção de fosfato em níveis fora do padrão, prejudicando a função renal.
“Por serem as unidades de filtragem de sangue do corpo, os rins são impactados por problemas com os vasos e a circulação sanguínea. Por isso, a pressão alta e o açúcar elevado no sangue provocados pelo estresse também podem sobrecarregar os rins”, afirma.
Metabolismo
O “apetite emocional” é uma das respostas naturais do corpo ao estresse. Isso ocorre porque o cortisol aumenta o desejo por alimentos altamente enérgicos, geralmente pouco saudáveis. Além de contribuir com o ganho de peso, os hormônios também estimulam a formação de células adiposas que armazenam gordura.
“Seu corpo sabe que está em uma posição estressada e não vai deixar você perder peso como faria em condições normais”, afirma a médica nutróloga Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).
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