Estresse, medo, raiva? Saiba por que as eleições afetam o seu ânimo


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Estamos há três semanas do segundo turno das eleições presidenciais. Em 30 de outubro, os brasileiros vão novamente às urnas para escolher quem governará o Brasil pelos próximos quatro anos. As divergências de opinião, a exaltação de ânimos e a ansiedade pelo resultado explicam a sensação de esgotamento que muitas pessoas estão vivendo.

O estado de estresse é a primeira resposta do corpo a esse tipo de situação, e pode levar a quadros de ansiedade e depressão. Quando estamos em um momento de tensão, o corpo libera uma descarga de catecolaminas (norepinefrina, epinefrina e dopamina), hormônios que alteram a pressão arterial, os batimentos cardíacos e todo o funcionamento do organismo.

“O estresse pode alterar a estabilidade do organismo a ponto de o indivíduo sofrer um infarto e ir a óbito. Quando ocorre de maneira prolongado, esse estado de ânimo mina a saúde mental “, explica Suely Sales Guimarães, professora do Instituto de Psicologia da Universidade de Brasília (UnB).

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A psicanalista Maria Homem, pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e professora da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP) avalia que sentimentos como medo, raiva, indignação e tristeza não devem ser reprimidos, tampouco direcionados de maneira agressiva contra adversários.

Segundo ela, o ideal é entender o que estamos sentindo e usar isso de forma construtiva para a realização de mudanças. “A compreensão dos nossos sentimentos pode nos levar a uma nova maneira de dialogar com o outro, sem a fantasia delirante de que é necessário destruir o mal”, aponta a psicanalista.

Maria Homem explica que a subjetividade é uma variável importante para entender as nossas reações e realizar as nossas escolhas. “O sujeito tem pulsões, afetos, além da cognição, do racional. Se não levarmos em conta a nossa saúde psíquica ou mental e os nossos afetos, não conseguimos entender as eleições como um espaço de debate de políticas, diretrizes e estruturação”, aponta.

Para amenizar o mal estar psíquico, Maria Homem sugere a autorreflexão. “Cada um deve se perguntar se a ira o constitui; se a sua forma de estar no mundo é a raiva, a violência e o ressentimento”, aponta.

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